21 de julho de 2024
O dia 20, ontem, marcou os 50 anos do ataque da Turquia ao Chipre, mas as homenagens aos mortos e desaparecidos seguiram também neste domingo. "Os eventos condenáveis e inaceitáveis que vemos acontecendo na Ucrânia hoje (...) foram perpetrados há 50 anos no Chipre e estamos vivendo suas consequências todos os dias", disse o presidente cipriota Nikos Christodoulides durante uma cerimônia na Nicósia, cidade dividida na ocasião. Respondendo à Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, ele também escreveu no X que conta com o apoio da União Europeia "para acabar com a ocupação turca e reunificar o último Estado-Membro dividido da UE".
Der Leyen havia escrito, também no X, que "hoje, neste trágico 50.º aniversário, e todos os dias, apoiamos Chipre. Apoiamos a integridade territorial e a soberania. Os cipriotas merecem viver num país reunificado em condições de paz, coexistência, estabilidade e prosperidade. A questão de Chipre é europeia. Continuaremos a apoiar firmemente o Chipre nos esforços para reunificar o último Estado-Membro dividido da UE, em conformidade com as resoluções relevantes do Conselho de Segurança da ONU".
A invasão turca do Chipre foi uma operação militar da Turquia lançada em 20 de julho de 1974 em resposta a um golpe de Estado no Chipre apoiado pela junta militar grega e organizado pela Guarda Nacional Cipriota, cujos líderes derrubaram o presidente cipriota e arcebispo Makarios III e instalaram Nikos Sampson em seu lugar. É conhecida na Turquia como Operação de Paz no Chipre e Operação Chipre.
A invasão ocorreu depois do conflito étnico entre a maioria da ilha, os cipriotas gregos, e a minoria, os cipriotas turcos, resultantes da repartição constitucional de 1963. Mais de um quarto da população do Chipre foi expulsa da parte norte ocupada da ilha, onde os cipriotas gregos constituíram 80% da população. Houve também um fluxo de cerca de 60 000 cipriotas turcos do sul para o norte após o conflito: um grande número de cipriotas turcos, muitos dos quais foram obrigados a viver em enclaves isolados e guetos por toda a ilha durante a violência étnica de 1963 e 1974, optaram por abandonar as suas casas no sul e mudaram-se para o norte depois de 1974.[7] A invasão turca terminou na partição do Chipre ao longo da Linha Verde monitorada pela ONU, que ainda divide o Chipre.
Houve cerca de 1.300 mortos (838 mortos no lado turco, incluindo os cipriotas turcos, e 397 mortos, incluindo 309 ciprianos gregos e 88 gregos), segundo dados da Wikipédia, mas o Cyprus Mail reporta que mais de 3.000 cipriotas gregos foram mortos na invasão. Cerca de 1.000 pessoas continuam desparecidas.
Comemoração na Turquia
Enquanto ciprianos gregos lamentaram, os ciprianos turcos (no Norte do Chipre) e autoridades turcas, incluindo o presidente Recep Tayyip Erdogan, comemoravam com desfiles e discursos. "A Operação de Paz de Chipre salvou os cipriotas turcos da crueldade e os libertou", disse Erdogan durante sua fala numa localidade no norte da Nicósia.
Referências
editar- Invasão turca de Chipre, Wikipédia.
Fontes
editar- 50 years after split, part of Cyprus mourns while part of it rejoices — VOA, 20 de julho de 2024
- Outpouring of grief and anger from political parties — Cyprus Mail, 20 de julho de 2024
- Cyprus marks 50 years since Turkish invasion — Cyprus Mail, 20 de julho de 2024