Agência Brasil

Terremoto no Chile

Chile • 7 de março de 2010

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Concepción (Chile) - Oito dias após o tremor de 8,8 graus na escala Richter que atingiu parte do Chile, a população ainda sofre os efeitos da catástrofe. Praticamente todo o comércio nas cidades mais atingidas continua fechado, pela falta de luz ou por causa dos saques que acabaram com os estoques.

O que mais se vê pelas ruas de Concepción, uma das cidades mais afetadas pelo tremor, são filas de pessoas. Grupos com baldes e garrafas PET se revezam para se abastecer da água de hidrantes, pois a rede ficou comprometida após o tremor, com muitos vazamentos e contaminação do sistema.

As filas também se formam em frente às farmácias. Além de remédios, esses estabelecimentos são um dos poucos lugares onde se encontra leite em pó, produto que desapareceu rapidamente das prateleiras após o terremoto.

Temos que ter força, pois a reconstrução do país vai ser muito difícil. O governo regional reagiu de forma muito lenta, o que acabou motivando os saques, pois as pessoas estavam desesperadas”, criticou o metalúrgico Luis Apablaza, que esperava a permissão de um policial para entrar em uma farmácia.

Nos supermercados, que reabriram ainda que de forma precária, as filas são controladas pelo Exército, que dá acesso a grupos de cinco ou seis pessoas por vez, que só podem levar o que puderem carregar nas mãos, sem o uso de carrinho.

Em frente aos bancos, os chilenos passam mais de uma hora na fila para tentar sacar dinheiro. A maior parte dos caixas eletrônicos está sem cédulas ou não funciona por falta de energia elétrica, que não foi restabelecida totalmente.

Nas ruas, o problema maior são os engarrafamentos, formados por dezenas de veículos que aguardam a vez de abastecer, pois só alguns postos têm combustível e energia elétrica para fazer funcionar as bombas.

Até mesmo para comprar uma simples lata de refrigerante é preciso enfrentar fila. O comerciante Maximiliano Torres atende os clientes atrás de uma porta com grades. A pequena loja dele, na região central da cidade, foi uma das saqueadas.

Eu tive um prejuízo de 30 milhões de pesos [cerca de R$ 100 mil] com os saques. Levaram praticamente tudo”, lamentou. Perguntado se o refrigerante estava gelado, ele respondeu: “Gelado? Eu estou sem luz há sete dias. Mas está fresco. São as três últimas latas que sobraram.

Fontes