Agência VOA

26 de agosto de 2014

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Em Moçambique, o cessar-fogo das hostilidades militares foi anunciado domingo à noite pelo deputado e chefe da equipa negocial da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo, maior partido da oposição), Saimone Macuiane, logo depois de assinatura do memorando de entendimento do fim da guerra com o Governo.

O Governo moçambicano, representado pelo ministro da Agricultura e chefe da equipa negocial José Pacheco também anunciou o fim das hostilidades contra guerrilheiros armados da Renamo, com efeitos imediatos, em nome do presidente Armando Guebuza.

A tensão político-militar, caracterizada por ataques armados contra militares e civis, que provocaram mais de duas dezenas de mortos e feridos, durou mais de dois anos, com a Renamo a exigir paridade nos órgãos eleitorais e nos cargos de chefias das Forcas Armadas e Segurança, despartidarização das instituições do Estado e redistribuição da riqueza gerada pela exploração dos recursos minerais, sobretudo gás natural e carvão mineral.

Durante mais de 70 rondas de diálogo político, o Governo cedeu na questão da paridade nos órgãos eleitorais, ida de observadores militares estrangeiros para fiscalizarem o desarmamento dos guerrilheiros da Renamo, mas não aceitou a paridade nos cargos de chefia das Forcas Armadas e Segurança.

O presidente Armando Guebuza pediu com sucesso ao parlamento para aprovar uma lei de amnistia para os guerrilheiros e membros da Renamo detidos ou procurados devido ao seu envolvimento na violência militar ou verbal contra a segurança do Estado.

Observadores nacionais consideram que o fim dos ataques armados e o maior ganho do dialogo, apesar de que faltam ainda dois pontos por concluir: despartidarização das instituições do Estado e redistribuição da riqueza, segundo afirmou Lourenço do Rosário, um dos principais observadores nacionais.

Com o cessar-fogo declarado publicamente, o líder da Renamo poderá sair do esconderijo onde se encontra desde Outubro do ano passado para fazer a campanha eleitoral que começa no próximo domingo.

Dhlakama é um dos três candidatos presidenciais ao lado de Filipe Nyusi (Frente de Libertação de Moçambique, Frelimo) e Daviz Simango (Movimento Democrático de Moçambique, MDM).

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