2 de junho de 2021

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Um ano após a morte do menino Miguel Otávio Santana da Silva, sua mãe Mirtes Renata convoca organizações e entidades para realizar atos por todo o Brasil.

“Não basta a dor da morte do meu filho eu ainda tenho que estar nessa situação: clamando por justiça. A gente fez campanha nas redes sociais, mas também teve que se arriscar e vir às ruas no meio de uma pandemia para pedir celeridade no judiciário para o caso Miguel. É uma situação bem difícil, mas a gente tem que ‘tá’ cobrando, porque se não for dessa forma eles não agem”, declarou Mirtes Renata, na ocasião.

O resumo de um ano de dor

Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos, morreu no dia 2 de junho de 2020, após cair do nono andar das Torres Gêmeas, no bairro de São José, centro do Recife. As imagens mostram a criança pela última vez com Mirtes Renata Souza, esposa do então prefeito de Tamandaré Sérgio Hacker.

“Se fosse eu, meu rosto estaria estampado, como já vi vários casos na televisão. Meu nome estaria estampado e meu rosto estaria em todas as mídias. Mas o dela não pode estar na mídia, não pode ser divulgado”, disse Mirtes, em entrevista divulgada na TV Globo após sepultar o único filho.

O jornalista, doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea e professor universitário Paulo Victor Melo afirma: “O primeiro é o viés do racismo estrutural que obriga uma trabalhadora negra a levar seu filho para o trabalho, expondo ambos à pandemia, quando devia estar protegida em casa. Segundo, é a relação íntima que existe entre a mídia o poder politico e econômico”,.

Sarí chegou a ser presa e foi libertada após pagar fiança de R$ 20 mil para responder em liberdade por homicídio culposo (quando não há intenção de matar), segundo o delegado Ramon Teixeira.

Entrevista

No dia 11 de agosto, uma equipe de reportagem da MZ esteve na casa de Mirtes e Marta para uma entrevista.

“Ele era uma criança muito carinhosa, onde ele passava e encontrava flores , trazia para mim. Hoje de manhã eu estava caminhando e tem uma casa que passei que tem um pé de papoulas bem bonitas e eu lembrei dele. Hoje de manhã eu fui caminhar chorando com saudade do meu filho”, diz a mãe.

Seis meses depois da morte de Miguel, em 3 de dezembro, Mirtes participou da primeira audiência. Ao sair, sete horas depois, disse: “Querem transformar meu filho no demônio e Sarí em santa. Na audiência de hoje quiseram transformar ele na pior criança do mundo e Sari numa pessoa delicada. Querem passar ela por doida. Uma mãe de família, empresária, e não tem percepção do perigo?”.

“Ele não teve o direito de ser criança, de ser protegido. Isso ficou bem claro, bem explícito, na audiência de hoje. Eu vou mover céus e terras para que a condenação aconteça”.

No dia 3 de maio, os advogados de Mirtes Renata Santana protocolaram um pedido de anulação de um depoimento. De acordo com os advogados, o depoimento compromete a imparcialidade e favorece a acusada.

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