25 de novembro de 2006

link=mailto:?subject=Candidato%20derrotado%20López%20Obrador%20toma%20posse%20como%20"Presidente%20legítimo"%20do%20México%20–%20Wikinotícias&body=Candidato%20derrotado%20López%20Obrador%20toma%20posse%20como%20"Presidente%20legítimo"%20do%20México:%0Ahttps://pt.wikinews.org/wiki/Candidato_derrotado_L%C3%B3pez_Obrador_toma_posse_como_%22Presidente_leg%C3%ADtimo%22_do_M%C3%A9xico%0A%0ADe%20Wikinotícias Facebook Twitter WhatsApp Telegram

 

O candidato mexicano esquerdista à Presidência da República Andrés Manuel López Obrador, derrotado pelo conservador Felipe Calderón segundo os resultados oficiais das eleições de 2 de julho, "tomou posse" na última segunda-feira (20) como "Presidente legítimo" do México em uma manifestação que reuniu cerca de 300 mil pessoas na Praça da Constituição, na capital mexicana.

Contexto

"El Peje", como é chamado López Obrador, foi proclamado "Presidente legítimo do México" pela auto-denominada Convenção Nacional Democrática (CND) em 16 de setembro de 2006, criada pelos apoiadores de Obrador tão logo o Tribunal Eleitoral declarou que Felipe Calderón foi o Presidente eleito.

A Coalizão Pelo Bem de Todos]], formada pelos partidos políticos que apoiaram a eleição de Obrador, alegou que "houve fraude e irregularidades durante a campanha eleitoral" e impugnou os resultados das eleições antes de o tribunal declarar oficialmente a vitória de Calderón. A coalizão também exigiu uma recontagem voto por voto, facto que ocorreu porém apenas para 9% das urnas que também foram impugnadas pelos demais partidos políticos.

Cenas da "posse"


Reações

No México

Igreja Católica
O cardeal e arcebispo do México Norberto Rivera Carrera declarou que o acto de Obrador não vai "provocar incerteza" e que consiste numa "manifestação de inconformidade" e uma publicidade para uma "proposta distinta".

O bispo do Saltillo (Coahuila), Raúl Beira López, apoiou Obrador e disse que "não é um mero capricho de uma personagem, mas todo um clamor social, o qual me parece muito justo". Acrescentou que "muitos consideram fundada" a suspeita de fraude eleitoral.

Intelectuais
O escritor Carlos Fuentes condenou o protesto com essas palavras: "Custou-nos uma luta muito forte e muito sangue para criar as instituições. Hoje há instituições, e embora elas possam ter defeitos, não devem ser substituídas pela propaganda ou vontade de um homem". Fuentes também rechaçou a visão política de Obrador, e colocou o crime e a violência como problema número um do país.
Opinião pública
Uma pesquisa realizada em 18 de novembro pelo Grupo Reforma indica que só 19% dos mexicanos aprovam a autoproclamação de López Obrador e que 56% a rechaça. Outros 63% avaliam que Obrador perde sua credibilidade. Realizada por telefone, a pesquisa pode ter subestimado a opinião dos mais pobres, o grupo que reúne os seguidores mais fiéis de Andrés Manuel López Obrador. Uma outra pesquisa domiciliar ainda a ser publicada (G-ISA) obteve resultados similares : 22% respaldaram a autonomeação e 73% rechaçaram-na.

No exterior

Governo espanhol
Através da sua Secretária de Estado para a América Latina , Trindade Jiménez, o governo espanhol lamentou o ato de Andrés Manuel López Obrador e confirmou seu apoio a Felipe Calderón. A secretária também anunciou sua intenção de assistir à posse do presidente eleito.
Meios de comunicação espanhóis
O jornal de centro-esquerda El País apontou em seu editorial que Obrador coloca em perigo a "convivência pacífica e a paz civil" da República. Qualifica de "aventura política antiinstitucional e antidemocrática" os atos da esquerda "demagógica" no México.

O jornal de centro-direita El Mundo apenas noticiou a autoproclamação, à qual se referiu como "ato simbólico na capital", sem tomar posição a respeito.

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Fontes