Agência Brasil

Momentos antes de ser esfaqueado

6 de setembro de 2018

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O candidato do Partido Social Liberal (PSL) à presidência da República, Jair Bolsonaro, foi esfaqueado durante campanha meio da tarde (6). O atentado aconteceu em Juiz de Fora, interior de Minas Gerais, quando Bolsonaro estava sendo carregado pela multidão.

Bolsonaro foi levado imediatamente por policiais federais e seus seguranças ao hospital Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora. Imagens do momento em que Jair Bolsonaro é puxado no meio de uma multidão já circulam na internet.

Em sua conta no Twitter, Flávio Bolsonaro, filho mais velho de Jair Bolsonaro, escreveu: "Jair Bolsonaro sofreu um atentado agora em Juiz de Fora, uma estocada com faca na região do abdômen. Graças a Deus, foi apenas superficial e ele passa bem" e anunciou que está a caminho de Juiz de Fora.


“É verdade que o meu pai sofreu um atentado em Juiz de Fora. Um vídeo bastante impactante. Uma pessoa no meio da multidão tenta dar uma facada no coração dele. Graças a Deus tinha um rapaz que percebeu a hora em que ele ia enfiar a faca e conseguiu desviar o braço do cara que tentou matar meu pai, mas está tudo bem com ele, que está em Juiz de Fora. Foi medicado lá. Foi só susto. Obrigado a preocupação de tudo mundo. Para tranquilizar vocês que está tudo bem com ele e pedir que intensifique as orações por nós”, afirmou.

Flávio Bolsonaro disse à imprensa que “quem ainda não percebeu contra o que a gente está lutando acho que hoje foi mais uma prova. A gente sempre sabia que isso podia acontecer. A gente tem se prevenido e tem evitado muita coisa, mas quando acontece como aconteceu hoje é que a ficha cai”.

O filho do candidato afirmou que o episódio "infelizmente foi mais grave do que esperávamos". "A perfuração atingiu parte do fígado, do pulmão e da alça do intestino. Perdeu muito sangue, chegou ao hospital com pressão de 10/3", relatou.

Notas das Polícias Militar e Federal

A Polícia Federal (PF) instaurou inquérito para apurar o ataque contra o candidato.

A Polícia Federal informa que o candidato à Presidência da República, Jair Messias Bolsonaro, contava com a escolta de policiais federais quando foi atingido por uma faca durante um ato público na cidade de Juiz de Fora/MG. O agressor foi preso em flagrante e conduzido para a Delegacia da PF naquele município. Foi instaurado inquérito policial para apurar as circunstâncias do fato.

Em nota, a PF anunciou que que o homem que esfaqueou o candidato foi identificado como Adélio Bispo de Oliveira, de 40 anos de idade.

Reações

O Presidente da República, Michel Temer se manifestou em evento realizado na tarde no Palácio do Planalto.

Se Deus quiser, o candidato Bolsonaro passará bem. Tenho certeza que não haverá nada mais grave, esperamos. Mas que sirva de exemplo para que as pessoas que hoje estão fazendo campanha percebam que a tolerância é uma derivação da própria democracia.

O presidente disse ainda ser “intolerável que não haja possibilidade de uma campanha tranquila” no Brasil.

É intolerável que não haja possibilidade de uma campanha tranquila. E uma campanha que umas pessoas apresentem seus projetos. Votar em candidato é coisa de cultura atrasada, você tem que votar em projetos. E para votar em projeto, o candidato precisa circular pelo país.

Temer pediu ao ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, reforço da Polícia Federal na segurança de todos os presidenciáveis. Temer pediu “apuração rigorosa dos fatos”, segundo a assessoria do Palácio do Planalto.

O candidato pelo PDT, Ciro Gomes, se manifestou pelo Twitter, durante campanha em Caruaru, Pernambuco. “Repudio a violência como linguagem política, solidarizo-me com meu opositor e exijo que as autoridades identifiquem e punam os responsáveis por esta barbárie”.

Marina Silva, candidata da Rede, considerou a violência contra Bolsonaro inadmissível. “Neste momento difícil que atravessa o nosso país, é preciso zelar com rigor pela defesa da vida humana e pela defesa da vida democrática e institucional do nosso país. Este atentado deve ser investigado e punido com todo rigor”, declarou Marina.

O candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, também comentou: "Política se faz com diálogo e convencimento, jamais com ódio. Qualquer ato de violência é deplorável. Esperamos que a investigação sobre o ataque ao deputado Jair Bolsonaro seja rápida, e a punição, exemplar", declarou.

O candidato pelo partido Novo, João Amoedo, disse: “É lamentável e inaceitável o que aconteceu com o Jair Bolsonaro. Independentemente de divergências políticas, não é possível aceitar nenhum ato de violência. Que o agressor sofra as devidas punições. Meus votos de melhoras para o candidato”, disse.

O vice-candidato à Presidência pelo PT, Fernando Haddad, também se manifestou pelo Twitter. "Repudio totalmente qualquer ato de violência e desejo pronto restabelecimento a Jair Bolsonaro."

Guilherme Boulos, candidato do Psol, criticou o ataque. “A violência não se justifica, não pode tomar o lugar do debate político. Repudiamos toda e qualquer ação de ódio e cobramos investigação sobre o fato.”

Henrique Meirelles, que concorre pelo PMDB, também repudiou o atentato e desejou a Bolsonaro pronta recuperação. “Lamento todo e qualquer tipo de violência. O Brasil precisa encontrar o equilíbrio e o caminho da paz. Temos que ter serenidade para apaziguar a divisão entre os brasileiros.”

A candidata do PSTU, Vera Lúcia, repudiou a agressão e considerou “inaceitável esse tipo de coisa em meio à disputa eleitoral em curso”. “O PSTU acredita também que a pregação do próprio Bolsonaro a favor de resolver tudo à bala, de 'fuzilamento dos petralhas', entre outras mensagens de ódio, acaba por estimular este tipo de atitude da qual ele agora é vitima, embora não a justifique”.

O candidato do Podemos, Álvaro Dias, também repudiou a violência em sua página do Twitter. “Sobre o episódio da facada no candidato Jair Bolsonaro, quero afirmar aqui que repudio todo e qualquer ato de violência. Por isso, a violência nunca deve ser estimulada. Eu não estimulo”, declarou Dias.

O candidato do Patriota, o Cabo Daciolo, disse no início da noite, por meio de nota, em que repudia a violência. “Repudiamos com o mais absoluto vigor o ato de violência, desferido por meio de uma facada, que sofreu agora há pouco o candidato Jair Bolsonaro. A nossa guerra não é contra homens, mas contra principados e potestades".

Nas redes sociais, a hashtag #forçabolsonaro está na lista de trend topics do Twitter no fim da tarde e de noite. Na véspera do atentado, Bolsonaro lidera as pesquisas de opinião divulgadas após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter rejeitado a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que está preso desde 7 de abril, em razão de sua condenação de 12 anos e um mês. Segundo o Ibope, ele tem 22% das intenções de voto.

Fontes