23 de junho de 2023

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James Cameron, que dirigiu o filme Titanic, disse em entrevista exclusiva para a BBC que as buscas pelo submersível Titan organizadas pela empresa OceanGate foram uma farsa. "Para mim, não havia dúvida. Eles [OceanGate] sabiam que o submarino estava exatamente abaixo de sua última profundidade e posição conhecidas e foi exatamente onde o encontraram. Não houve busca. Quando finalmente conseguiram um ROV que pudesse atingir a profundidade, eles o encontraram em questão de horas. Provavelmente em questão de minutos".

"Para que a eletrônica do submarino falhe e seu sistema de comunicação falhe e seu sistema de rastreamento falhe simultaneamente é porque o submarino desapareceu", disse ele à emissora britânica, ainda adicionando que tinha descoberto "a verdade na manhã de segunda-feira" após conversar com especialistas. "Eles perderam comunicações e navegação e eu imediatamente disse a mim mesmo: você não pode perder comunicações e navegação ao mesmo tempo sem que algo extremamente catastrófico ou uma catástrofe energética muito séria aconteça. E a primeira coisa que me veio à mente foi que uma implosão ocorreu", completou.

Cameron, que se tornou mergulhador profissional e fez mais de 30 viagens aos destroços do navio Titanic antes de gravar o filme, se sentiu pessoalmente atingido pelo incidente que matou os cinco tripulantes do Titan. ""Senti em meus ossos o que havia acontecido", disse, adicionando que "era evitável", se referindo à falta de segurança da embarcação, o que havia sido discutido com o CEO da empresa algumas vezes. "Agora temos outro naufrágio que se baseia, infelizmente, nos mesmos princípios de não atender aos avisos [de segurança]. A OceanGate tinha sido avisada", completou.

O Titan perdeu contato com com o navio-base, o Polar Prince, no domingo à noite, cerca de 105 minutos após começar a descida para ver os destroços do Titanic a cerca de 900 milhas a leste de Cape Cod. Morreram no incidente o empresário e aventureiro britânico Hamish Harding, o empresário paquistanês Shahzada Dawood e seu filho Sulaiman Dawood, o mergulhador francês Paul-Henri Nargeolet e Stockton Rush, CEO e fundador da OceanGate, que teria deliberadamente feito pouco caso dos riscos envolvendo o Titan. Segundo documentos agora divulgados, ele teria dito que preocupações com a segurança atrapalhavam o negócio. "Estou cansado de membros da empresa tentarem usar argumentos de segurança para impedir inovações", escreveu Rush para Rob McCallum, vice-CEO da OceanGate há alguns anos, quando este lhe alertou num e-mail sobre os perigos.

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