13 de maio de 2020

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Foto meramente ilustrativa (Homenagem aos profissionais da saúde e policiais, SP, 02 mai. 2020)

A Fiocruz emitiu ontem (12) um relatório técnico para avaliar o isolamento social e outras questões relativas à pandemia de COVID-19 no Brasil. O documento apontou, por exemplo, que o distanciamento social foi adotado por todos os estados brasileiros, enquanto outras medidas para tentar conter a pandemia, tais como controle de fronteiras, higiene coletiva, controle de produtos e mercados foram adotadas de forma irregular, algumas por alguns estados e outras por outros.

Nas páginas 7 e 8 do relatório a instituição tratou, especificamente, da questão da "governança" no Brasil em relação à pandemia. Segundo o documento, "diante da falta de confiança no governo federal, os governos dos estados e DF preferiram seguir seu próprio caminho - baseados nas informações sobre a situação dramática do que tinha acontecendo em outros países e a declaração de pandemia global pela OMS (11 de março), os governadores passam a adotar um conjunto de medidas a partir de 13 de março, nem sempre de modo coordenado e envolvendo ampla cooperação com o governo federal".

O documento também citou os problemas sociais, as fakenews e a postura da Presidência da República como fatores que criaram entraves para o gerenciamento da crise. "O distanciamento social descontextualizado das precárias condições de vida, renda e trabalho de milhões de pessoas limitou a adesão. Algumas medidas tornaram-se inexequíveis para parte da população brasileira que sofre com a ausência de trabalho e renda, infraestrutura urbana e habitações adequadas, transporte público e acesso aos serviços. O distanciamento social sob ataques de diferentes grupos de interesse e da Presidência da República não avançou do modo necessário. Uma guerra nas redes sociais envolvendo informações enganosas, ambíguas e falsas além das consequências negativas para a Saúde Pública, prejudicaram a adesão a medidas de distanciamento social, resultando não só na sobrecarga do sistema de saúde e de suas capacidades de atenção e cuidados para os problemas correntes e relacionados à COVID-19, bem como o estímulo ao uso de tratamentos sem qualquer evidência científica".

Fontes