20 de abril de 2020

Email Facebook Twitter WhatsApp Telegram

 

Édouard Philippe em abril de 2019

Em Paris, durante uma conferência de imprensa conjunta que reuniu o primeiro-ministro Édouard Philippe, o ministro da saúde Olivier Véran, o diretor de saúde Jérôme Salomon e a especialista em doenças infecciosas Florence Ader, várias medidas de desconfinamento foram anunciadas. No total, desde 24 de janeiro, segundo a Agência Nacional de Saúde Pública (ANSP), 112.606 pessoas foram contaminadas e, entre elas, 19.718 morreram de Covid-19 na França.

O primeiro-ministro alertou que a pandemia resultou em uma crise econômica que será "brutal" e "apenas começou". "A produção quase parou e o consumo também. Nunca na história do mundo se conheceu uma parada tão brutal e massiva. Estamos vivendo a recessão mais forte conhecida na França desde 1945", disse. A crise reduzirá o produto interno bruto (PIB) francês em 8% em 2020. Durante a conferência de imprensa foram mostrados vários gráficos, um dos quais intitulado "risco econômico", e detalhados quatro números econômicos para o período:

  • −36% de atividade econômica;
  • −43% de atividade industrial;
  • −88% de atividade na construção civil;
  • −90% de atividade em alojamento e restauração.

O primeiro-ministro também anunciou que a operação de transporte público foi reduzida para 10% de sua capacidade usual. "Para salvar o que pode ser salvo", Philippe detalhou como serão usados os 331 bilhões em auxílio estatal: 24 bilhões de euros para 9 milhões de funcionários com desemprego parcial; 300 bilhões de euros para 130 mil empresas (18 bilhões já distribuídos ou garantidos); 7 bilhões de euros para conceder às empresas francesas em caso de queda de 50% no volume de negócios e 5 mil euros em caso de ameaça de falência.

O Ministro da Saúde, Dr. Olivier Véran, anunciou a primeira medida de desconfinamento: a partir de 20 de abril, os idosos que moram em asilos ou que possuem deficiência receberão autorização para receber visitas, mas não mais que dois visitantes e com a proibição de qualquer contato físico. O primeiro-ministro apresentou duas outras medidas: a partir de 11 de maio qualquer pessoa que testou positivo poderá escolher entre um isolamento em casa com todos os membros da família ou um isolamento em um hotel; e a população em geral será obrigada a usar máscaras nos transportes públicos.

Verán também anunciou a produção de 17 milhões de máscaras de tecido para o “público em geral”. Quanto à sua distribuição a partir de 11 de maio, "a autoridade pública" garantirá a distribuição inicial e os cidadãos "as encontrarão no comércio". Essas máscaras alternativas estão disponíveis em dois modelos, um filtrando 90% das partículas de 3 micrômetros, o outro entre 60 e 70% dessas mesmas partículas, de acordo com o pneumologista Bertrand Dautzenberg. Elas não devem ser confundidos com máscaras de tecido caseiras, que também são reutilizáveis, mas não aprovadas pelas autoridades de saúde. A máscara mais eficaz contra o vírus SARS-Cov-2 é a N95, que filtra 94% das partículas de ar, não tem mais estoque estatal.

À pergunta "existem elementos que levariam o fim da quarenta ser adiado?", da jornalista Camille Colin, Philippe respondeu que estava trabalhando "no objetivo estabelecido pelo presidente de entrar em uma nova fase a partir de 11 de maio". Enquanto as novas medidas não entram em vigor, a polícia continua monitorando as movimentações dos cidadãos. Desde 17 de março, 13,5 milhões de verificações foram realizadas, incluindo 800 mil infrações.

Fontes