Agência Brasil

17 de junho de 2009

Email Facebook Twitter WhatsApp Telegram

 

Os líderes dos quatro países que integram o bloco do BricBrasil, Índia, China e Rússia - se reuniram ontem (16) e decidiram trabalhar pelo fortalecimento do grupo e no avanço de propostas de reforma do sistema financeiro internacional. O encontro, o primeiro com a participação dos chefes de Estado de cada uma das nações, foi realizado em Ekaterimburgo, cidade russa na região dos Montes Urais. Depois de quatro horas de conversas, ficou evidente que ainda há muitas diferenças. Mas que os pontos convergentes tem sido cada vez maiores.

“Estamos comprometidos em avançar nas reformas do sistema financeiro internacional para refletir as mudanças na economia mundial”, disseram os líderes num comunicado conjunto distribuído após o encontro. “Os países emergentes e em desenvolvimento precisam ter voz e representaçao maior nas instituições financeiras internacionais”, diz o texto.

Outra preocupação dos líderes foi fortalecer o G20. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo explicou o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, teme que ações mais conservadoras trabalhem contra o fortalecimento do grupo. “O G20 necessita ter cada vez mais força”, disse Amorim em entrevista aos jornalistas brasileiros após o encontro.

Desde que as quatro nações passaram a ser identificadas como um grupo com características semelhantes e passaram a usar a sigla Bric, criada em 2001 pelo economista britânico Jim O'Neill, esta foi a primeira vez que os presidentes se reuniram. Agora, a ideia é fortalecer o grupo, conquistando uma identidade própria. “É imprescindível que as ações sejam sistematizadas”, explicou Amorim. Para que isso aconteça, os encontros deverão ser periódicos. E, o próximo, já tem data e local marcado: será no Brasil em 2010.

Os chefes de Estado também concordaram com a necessidade urgente de que sejam encontrados novos caminhos que permitam a retomada do crescimento da economia mundial. Enquanto o mundo desenvolvido sofre os duros efeitos da crise, os quatro emergentes tem despontado como uma alternativa. Algumas projeções, inclusive, apontam para a possibilidade de que eles sejam os gigantes de um novo ciclo de prosperidade no mundo.

Apesar de tantas posições semelhantes, alguns pontos ainda são bastante polêmicos. Entre eles está a discussão para encontrar uma alternativa ao dolar como moeda de reserva e troca nas transações comerciais. Além da dificuldade em concretizar a proposta, os líderes, segundo explicou Celso Amorim, temem que isso acabe sendo um fator de desestabilização econômica.

Nas questões políticas também há assuntos delicados. O principal deles é a proposta de reforma do Conselho de Segurança da ONU. Brasil e Índia, junto com Alemanha e Japão, reivindicam uma vaga permanente. Já a China não vê com bons olhos o ingresso do Japão no conselho.

Fontes