1 de abril de 2023
Se bem que mais da metade dos habilitados no Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento do Conselho Nacional de Justiça (SNA/CNJ) não exijam um gênero específico, dos que têm alguma preferência, mais de 24% gostariam de adotar uma menina. O dado preocupa, pois segundo autoridades pode estar ligado a estereótipos.
É o que opina, por exemplo, a juíza Iracy Ribeiro Mangueira Marques, presidente do Colégio de Coordenadores de Varas de Infância e Juventude. Para ela é preciso questionar o porquê desta preferência e se isto está ligado ao estereótipo, à crença de que as meninas são “mais calmas”, “mais quietas”, “mais fáceis de lidar”. “Estamos em uma sociedade em processo de desconstrução de preconceitos e isso contagia a adoção. Esse contexto recepciona a diversidade, que dialoga com o novo feminino que queremos ver surgir”, disse ela.
Dados sobre o sistema de adoção no Brasil
- há 36 mil pretendentes habilitados no Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento do Conselho Nacional de Justiça
- existem 4.531 menores aptos para adoção
- 279 dos passíveis de adoção são menores de 2 anos
- 2,6 mil dos passíveis de adoção têm oito anos ou mais
- 45,9% dos passíveis de adoção são do sexo feminino
- 86% dos habilitados como adotantes são casais heterossexuais
- 8% dos habilitados como adotantes são casais homossexuais
- 6% dos habilitados como adotantes são pessoas solteiras
- homens solteiros correspondem à menor porcentagem dos que querem adotar, apenas 2%
Fontes
editar- Adoção de meninas: desafio é combater estereótipo feminino — CNJ - Conselho Nacional de Justiça, 27 de março de 2024
- Quase 70% das crianças aptas para adoção no Brasil têm mais de oito anos — CNJ - Conselho Nacional de Justiça, 27 de março de 2024