Pesquisa do Instituto Datafolha aponta que 77 por cento dos entrevistados acreditam que a presidente sabia de todo o esquema de corrupção na petrolífera estatal.
9 de fevereiro de 2015
No Brasil, a troca da presidência da petrolífera estatal Petrobras, na última semana, não impediu que o brasileiro criticasse em massa a postura da presidenta Dilma Rousseff na crise sem precedentes que atinge a empresa brasileira.
Uma pesquisa do Instituto Datafolha aponta que 77% (por cento) dos entrevistados acreditam que a Presidenta sabia de todo o esquema de corrupção na petroleira. De acordo com o mesmo levantamento, 47 por cento dos brasileiros consideram a Presidente desonesta e 54% acham que ela é falsa.
A popularidade da petista caiu depois das denúncias de corrupção e do anúncio de um balanço negativo da estatal. Hoje, o Governo Dilma Rousseff é avaliado de forma muito negativa por 44 por cento dos brasileiros. É o índice superior ao auge dos protestos de junho de 2013, que chegou aos 34%.
Para analistas, a nova direção da petroleira tem o dever de dar certo, como forma de minimizar, pelo menos um pouco, o estrago que o caso provocou no Governo Dilma Rousseff.
A tarefa para o actual presidente da Petrobrás, Aldemir Bendine, substituto de Graça Foster, é das mais difíceis. Para o economista, ex-ministro Maílson da Nóbrega (que apareceu na propaganda eleitoral do ano passando dando apoio à candidata que seria reeleita), ele terá que conseguir, o mais rápido possível recuperar a confiança do mercado na estatal. "A tarefa daqui para frente é gigantesca. O objetivo é recuperar a credibilidade. O primeiro sinal disso é escolher uma diretoria que inspire confiança. Com a confiança minimamente restabelecida aí tem todo um trabalho de gerenciar o tamanho dessa crise”, afirma o analista. “Você tem problemas internos e externos. A Petrobras vai enfrentar nos Estados Unidos três processos simultâneos, o que é quase inédito,"completa Nóbrega.
O economista Paulo Feldman concorda que serão necessárias várias medidas ao mesmo tempo para retirar a estatal brasileira do fundo do poço. "È necessário acabar com toda a interferência política. Não pode mais ter cargo de confiança na empresa. Ninguém pode ser mais indicado porque é ligado a partido A, B ou C. As pessoas todas têm que ocupar os seus cargos por competência técnica," afirma.
E os desafios não param por aí, como lembra o especialista. Fazer outras licitações para obras afectadas pelo escândalo de corrupção na estatal é um deles. "As obras ficaram paradas porque os empreiteiros foram presos, as empresas foram declaradas inidôneas. Então não tem como continuar com as obras e algumas eram muito importantes," lembra Feldman.
O analista lembra, ainda, que além de salvar a Petrobrás do desgaste sofrido, o Governo Dilma precisa impedir crises parecidas com outras estatais. "Agora, a presidente deveria impor um auditoria muito severa e ela é quem deveria ter essa iniciativa. Fazer com que a Controladoria Geral da União fique em cima das outras estatais. Seria importante que ela levasse à frente, antes que outros descubram, investigações parecidas. A gente sabe que isso não acontecia só na Petrobrás. Que o caso da Petrobras sirva de exemplo para que se instaure sindicâncias desde já em todas as outras empresas e na própria máquina do Governo", concluiu Feldman.
Notícia Relacionada
- "Petrobras: Graça Foster e cinco diretores renunciam ao cargo", Wikinotícias, 4 de fevereiro de 2015.
Fonte
- Maria Cláudia Santos. Brasileiros criticam Rousseff no caso Petrobras Voz da América, 9 de fevereiro de 2015, 18:18.
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