13 de agosto de 2020

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Em torno de quatro quintos dos lares do país, nenhum residente viajou entre abril e agosto de 2019. O motivo dado em quase metade dos casos foi a falta de dinheiro. Dos que viajaram, mais da metade ocorreu dentro do estado.

Mais de um terço das viagens por motivos pessoais são para visitar familiares e amigos, seguidas de lazer e saúde. Quase metade das viagens são feitas em carros particulares ou da empresa. Esses são alguns dos resultados divulgados pelo IBGE hoje (12) em convênio com o Ministério do Turismo.

“A pesquisa tem como objetivo desenvolver uma conta satélite de turismo associada às Contas Nacionais, além de gerar informações básicas sobre o turismo doméstico, que auxiliem em políticas públicas e entidades privadas do setor”, explica a pesquisadora Flavia Vinhaes.

“O turismo é marcado pela sazonalidade. A pesquisa na amostra de domicílios cobriu o período de abril até agosto, que não inclui a alta temporada de viagens, geralmente em dezembro e janeiro. Na versão atualizada da pesquisa, que está em campo ao longo de todos os meses de 2020, poderemos captar uma imagem ainda mais precisa do turismo doméstico”, ressalta a pesquisadora.

“No recorte por rendimento, entre os domicílios com rendimento nominal per capita abaixo de dois salários mínimos, a principal causa de não viagem foi a falta de dinheiro. Já na faixa de dois ou mais salários mínimos, a causa predominante foi a falta de tempo”, observa Flavia Vinhaes.

“Observamos que as pessoas nas camadas de renda mais baixas saem mais do município para buscar tratamento de saúde e bem estar. Na faixa de meio a menos de um salário mínimo, cerca de uma em cada quatro viagens foi para tratar da saúde. Esse motivo não é representativo no grupo de quatro ou mais salários mínimos, chegando a apenas 4,6%”, analisa a pesquisadora.

“Isso reflete a forte influência do turismo local, ou intrarregional. Por exemplo, quem mora no estado de São Paulo costuma visitar mais outros municípios no mesmo estado, numa proporção acima de 50%. Isso acontece em todos os estados. Por ter a maior população do país, São Paulo lidera o ranking, tanto em viagens de trabalho quanto de lazer”, explica Flavia Vinhaes.

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