30 de maio de 2021

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Por RBA

Dezenas de cidades registraram manifestações no último sábado (29) contra o governo de Jair Bolsonaro. Os manifestantes pediram o impeachment do presidente da República, com faixas de "Fora Bolsonaro", e demandaram a aceleração da campanha de vacinação contra a Covid-19 no Brasil.

“O presidente genocida também não acelera a vacinação porque ele tem medo disso aqui”, disse a atriz Maria Bopp, na manifestação da Avenida Paulista, em São Paulo. Os organizadores contabilizaram mais de 80 mil pessoas no ato. “Se hoje foi assim, imagina com todo mundo vacinado.”

Os manifestantes se reuniram em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Florianópolis, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Salvador, Maceió, João Pessoa, Porto Velho, Recife e Aracaju. Também houveram protestos fora do Brasil registrados em Londres, na Inglaterra, e em Berlim, na Alemanha.

“Se o povo vai às ruas protestar em plena pandemia de covid-19, é porque o governo e mais perigoso que o próprio vírus”, diziam os cartazes dos manifestantes. Quem não pode estar nas ruas, por conta do isolamento social, manifestou insatisfação com o governo Bolsonaro pelo Twitter, com a hashtag #29MForaBolsonaro contou com mais 202 mil participações, entre postagens e retuítes. No fim da tarde e no começo da noite, cidades pelo país registraram panelaços.

Os atos, coordenados por grupos de esquerda, aconteceram com palavras de ordem contrárias ao governo e pelo impeachment de Bolsonaro, além de letreiros pedindo por mais vacinas contra Covid-19, aumento do auxílio emergencial, pelo fim dos cortes de verbas na educação e pelo fim da fome, que se agravou com a pandemia.

O analista de dados Pedro Barciela aponta que a repercussão foi plural e obteve alto engajamento. “Essa diversidade presente hoje no campo antibolsonarista é o que permite que cada vez mais ele sensibilize outros usuários, converse com outros atores e interfira no debate público. A ideia aqui não é ‘furar a bolha’, mas sim dialogar com o maior número de bolhas possível”, tuitou.

Participação

Segundo os organizadores, o ato em São Paulo foi o maior do país, com mais de 80 mil pessoas. Os manifestantes da capital paulista inflaram um boneco de Bolsonaro com alusões a remédios sem eficácia comprovada contra a Covid-19 defendidos pelo presidente, como a cloroquina. Os presentes no local usavam máscaras, carregavam bandeiras de centrais sindicais e entidades estudantis. Da concentração em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), por volta das 16h, os manifestantes marcharam pela Rua da Consolação e seguiram sentido à Praça Roosevelt, às 18h. O protesto foi totalmente pacífico e acompanhado pela Polícia Militar e pela Guarda Civil Metropolitana (GCM).

Capitais como Brasília, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba e Belo Horizonte também registraram milhares de participantes.

Ao longo do ato, representantes de partidos e movimentos sociais – como a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MTST), Guilherme Boulos – discursaram contra o governo Bolsonaro.

“Chegou a hora de dar um basta e tirarmos o Bolsonaro do governo. Não vamos mais esperar até 2022, enquanto o nosso povo morre. Chegou a hora de semear um projeto de esperança e hoje é só o começo. Viemos às ruas com responsabilidade e sem medo de lutar”, afirmou Boulos.

Preocupação com pandemia

Os organizadores dos atos pediram que os manifestantes usassem máscara adequadamente e mantivessem o distanciamento social. Entretanto, houve registro de aglomeração em algumas capitais. Em São Paulo, a UNE e o MTST organizaram tendas de distribuição de máscaras PFF2, álcool em gel. Também ofereciam instruções para evitar contaminações no protesto.

“No Brasil que tem um presidente que nega a vacina, e é um genocida, o povo tem de ir às ruas, porque ficar em casa também está matando”, disse a militante e defensora de direitos humanos Preta Ferreira, ao Mídia Ninja.

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