Brasília, Distrito Federal, Brasil • 19 de janeiro de 2009

Email Facebook Twitter WhatsApp Telegram

 

A economia brasileira fechou mais de 650 mil postos de trabalho com carteira assinada em dezembro de 2008, marcando o pior desempenho desde maio de 1999, mostraram dados divulgados hoje pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

De acordo com relatório do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), foram fechadas 654.946 vagas com carteira assinada. O número supera a estimativa feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na semana passada, de 600 mil postos, e também os 300 mil postos que tradicionalmente são perdidos em meses de dezembro.

O presidente Lula, de maneira geral, está otimista quanto às possibilidades que o governo tem de trabalhar para enfrentar a crise e enfrentar esses números.

Marcelo Baumbacha, porta-voz da Presidência, Marcelo Baumbach

A perda no mês passado foi mais que o dobro do apurado em dezembro de 2007, quando foram fechadas 319.414 vagas com carteira assinada no país.

Obviamente, já é o efeito forte da crise

Carlos Lupi, ministro do Trabalho, referindo-se aos jornalistas, efeitos da crise financeira global que desde meados de setembro

Apesar dos cortes em dezembro, a economia brasileira gerou 1,45 milhão de empregos formais em 2008, ante criação de 1,62 milhão em 2007, informou o ministro.

Uma das prioridades do governo federal é a ampliação do número de empregos formais no país, mas diversas setores têm começado a anunciar cortes de pessoal, diante das dificuldades geradas pela crise de crédito.

O presidente Lula terá uma reunião ainda nesta segunda-feira com representantes de centrais sindicais para discutir a questão do emprego. Na semana passada, sindicalistas e empresários se reuniram na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) para discutir alternativas para tentar evitar o corte de postos de trabalho.

Lupi deixou claro que o governo tomará todas as medidas necessárias para evitar uma piora no quadro do emprego no país. "Vamos ter atitudes fortes para a geração de emprego", afirmou o ministro sem dar mais detalhes.

Ele reiterou que o uso de recursos do FGTS e do FAT para ajudar algumas indústrias deve ser atrelado a salvaguardas e proteção de empregos. "É incoerente (usar) dinheiro dos trabalhadores para demitir trabalhadores", afirmou.

Os cortes de emprego pesaram na indústria e na agricultura, além de nos setores de serviços e de construção.

O governo federal revelou que Florianópolis foi a única capital brasileira registrar alto registro de carteira de trabalho.

Fontes