19 de fevereiro de 2018
Representantes de 36 países se reúnem hoje (19) e terça-feira (20) em Brasília (capital do Brasil) para discutir a situação dos refugiados na América Latina e Caribe. O objetivo é avaliar como os países da região têm atuado para garantir a proteção e oferecer apoio a essas pessoas.
O debate tomará como base o Plano de Ação do Brasil, conjunto de compromissos aprovado por países da América Latina e Caribe em 2014 tendo como foco a assistência a refugiados e apátridas.
“Será um reconhecimento ao espírito de solidariedade e cooperação que sempre caracterizou a América Latina e o Caribe em tudo o que se refere à proteção internacional”, diz a espanhola Isabel Márquez, representante do escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) no Brasil.
Organizado pelo governo brasileiro e pelo ACNUR, o encontro ocorrerá no Palácio Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores. Está prevista a assinatura de um acordo para estabelecer o funcionamento do escritório brasileiro do Acnur.
Pacto Global
A reunião também tem como intuito elaborar sugestões para o Pacto Global sobre Refugiados, em debate na Organização das Nações Unidas e que deverá ser aprovado na Assembleia Geral deste ano, em setembro.
Em janeiro, o Acnur divulgou uma proposta inicial do pacto. O foco é garantir que os países de acolhida de refugiados, em especial aqueles mais pobres, possam ter apoio para receber as pessoas fugindo de suas nações de origem e que estes refugiados tenham condições de se estabelecer e construir novas vidas.
Situação brasileira
O encontro ocorre no momento em que o Brasil vive uma situação complexa de chegada de alto número de cidadãos venezuelanos na Região Norte, em especial no estado de Roraima. A prefeitura de Boa Vista estima que mais de 40 mil pessoas do país vizinho já tenham chegado à cidade, o que corresponde a mais de 10% da população local.
Na última quinta-feira (15), após visitar o estado, o presidente Michel Temer assinou uma medida provisória (MP) com ações de assistência emergencial aos venezuelanos que migraram para Roraima fugindo da crise no país vizinho. A MP determina ações emergenciais nas áreas de proteção social, saúde, educação, direitos humanos, alimentação e segurança pública. Entre as medidas, estão a oferta de atividades educacionais, formação e qualificação profissional e de infraestrutura e saneamento para as famílias venezuelanas que estão vivendo em Roraima em situação precária.
Fontes
- Jonas Valente (com informações da Agência EFE) e Luana Lourenço (edição). Brasília vai sediar encontro sobre situação de refugiados na América Latina — Agência Brasil, 18 de fevereiro de 2018
A versão original, ou partes dela, foram extraídas da Agência Brasil, sob a licença CC BY 3.0 BR. |
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