Agência Brasil

Os presidentes Nicolas Sarkozy, da França, e Luiz Inácio Lula da Silva acenam para populares antes do desfile de 7 de setembro na Esplanada dos Ministérios. Foto: Wilson Dias/Abr

Brasil • 8 de setembro de 2009

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Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva e Nicolas Sarkozy, da França, fecharam ontem a compra de 50 helicópteros de transporte militar. Os helicópteros serão produzidos pela Helibras, que tem entre os acionistas a francesa Eurocopter. Além disso, os presidentes concluíram os contratos comerciais e de financiamento para a cooperação em matéria de submarinos. França e Brasil irão fabricar em conjunto quatro submarinos comuns e um com propulsão nuclear.

Lula afirmou que a parceria é fundamental na estratégia de defesa brasileira.“Vamos produzir conjuntamente equipamentos que reforçarão a capacidade tecnológica do Brasil de proteger e valorizar suas riquezas naturais. Esse é um componente fundamental da estratégia de defesa, que o meu governo aprovou”, disse Lula.

De acordo com o presidente Lula, o Brasil aposta em um projeto de defesa voltado para a construção da paz no continente, da confiança, da integração e da construção do desenvolvimento da região.

Sobre a compra dos caças franceses Rafale, Lula disse que o mais importante é a transferência da tecnologia.

“Para nós, o avião é muito importante, mas o mais importante é termos acesso à tecnologia de forma a produzirmos esse avião no Brasil. E é isso que estamos negociando agora com o ministro da Defesa [Nelson Jobim] e com o comandante da Aeronáutica [Juniti Saito]”, explicou Lula.

O presidente não esclareceu se a licitação para a compra dos caças já estava fechada. Ele adiantou que vai se reunir essa semana com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e com o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, para discutir pormenores.

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, disse que os dois países vão produzir juntos tanto os aviões Raffale quanto os helicópteros. “As negociações estão começando”, disse Sarkozy.

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que falou com a imprensa após o evento, também não confirmou se a licitação para a compra dos caças estava terminada. “A decisão tomada foi a de negociar com um fornecedor e não iniciar com os outros”, disse Amorim.

Também estavam na concorrência com o Rafale o avião de uma empresa sueca e o de uma empresa dos Estados Unidos.

Os presidentes falaram ainda sobre a crise financeira internacional e afirmaram que tem posições conjuntas sobre o tema. Lula disse que o G20 tem um papel importante na nova ordem mundial que vai surgir com a crise financeira internacional. “Já ficou claro que o mundo não vai sobreviver a uma terceira onda de especulação como essa que nós tivemos”, disse Lula.

Ele também falou da necessidade de reforma de instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM). “O Brasil não emprestou US$ 10 bilhões ao FMI para tudo ficar como antes”, disse. Para Lula, essas instituições não podem continuar emprestando dinheiro e cobrando imposições que acabam fazendo com que o país mesmo tendo dinheiro não consiga pegar um empréstimo.

“Não cabe ao emprestador impor condições para emprestar dinheiro. O que o emprestador tem que querer é garantia de que vai se ressarcido pelo empréstimo”, afirmou.

Os dois presidentes também conversaram sobre a reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas. Sarkozy disse que apóia o Brasil no pleito a uma vaga permanente no conselho e defendeu que outros países também possam ter um assento permanente.

“As Nações Unidas devem se reformar ou correm o risco de perder a legitimidade. Estamos no século 21, não posso acreditar que a África não tenha um representante no Conselho de Segurança. Também não acredito que, no café da manhã do G8, não possamos convidar o Brasil.”, afirmou.

Lula e Sarkozy também assinaram acordos nas áreas de transporte, migração, defesa e cooperação policial.

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