15 de junho de 2020

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Uma das marcas contaminadas / Imagem meramente ilustrativa

Depois de cerca de 5 meses de investigações, a Polícia Civil de Minas Gerais enviou o inquérito do chamado "Caso Backer" para o Ministério Público na semana passada, quando também divulgou o motivo da contaminação dos diversos lotes de cervejas produzidas pela Cervejaria Backer: um pequeno furo, de cerca de 2mm, num dos tanques, o tanque JB10, havia provocado o vazamento do dietilenoglicol, uma substância tóxica que acabou levando à morte 7 pessoas e deixou outras 22 em estado grave e com sequelas, inclusive neurológicas.

A polícia também anunciou que sete pessoas foram indiciadas por homicídio culposo - quando não há intenção de matar - todos responsáveis técnicos pela produção das cervejas, e outras quatro, incluindo os donos da empresa, por outros crimes. Segundo a polícia, os donos da Backer não foram indiciados por homicídio culposo por que não "tinham conhecimentos técnicos para descobrir e evitar o vazamento".

Além disto, as investigações concluíram que ao dizerem que não compravam dietilenoglicol para ser usado na cervejaria, os donos falaram a verdade: o produto estava sendo adulterado, sem autorização, pelo fornecedor. No entanto, segundo a polícia, isto não muda o crime em si, que foi a "negligência e imperícia técnica" para descobrir o vazamento e evitar a contaminação, pois mesmo que o produto usado fosse o monoetilenoglicol, que era o que de fato deveria estar sendo entregue à empresa, os danos causados aos consumidores seriam os mesmos.

Relembre o caso

Logo após o Natal de 2019, pessoas começaram a dar entrada em hospitais da região de Belo Horizonte com uma rara síndrome nefroneural, o que foi logo notificado para a Secretaria da Saúde de Minas Gerais. A filha de um dos pacientes, o primeiro a falecer, foi a primeira a fazer pesquisas sobre o que poderia estar acontecendo e ao entrar em contato com familiares de outras vítimas, descobriu que todas haviam ingerido a cerveja da marca Belorizontina, produzida pela Backer. Após esta descoberta, ela procurou a Polícia Civil, que partiu deste ponto para começar as investigações.

A contaminação por dietilenoglicol foi confirmada em seguida, após amostras coletadas no tanque e nas garrafas de diversos lotes de cervejas darem "positivo" para a presença de dietilenoglicol.

A empresa negou desde o início que comprasse este produto, usado na refrigeração, tendo até a possibilidade de "sabotagem" ter sido levantada.

A contaminação foi constatada em ao menos 53 lotes de cerveja, das marcas Backer D2, Backer Pilsen, Backer Trigo, Belorizontina, Brown, Capitão Senra, Capixaba, Corleone, Fargo 46 e Pele Vermelha.

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Fontes