1 de junho de 2021

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A retomada do turismo ocorrerá somente após a vacinação massiva da população, exigindo a adoção de novos protocolos de segurança em todo o setor e a redefinição da imagem do Brasil em relação ao mercado externo, visto que o país não atrai nem 1% do fluxo mundial de turistas. Essa foi a avaliação dos especialistas que participaram de mais uma rodada do ciclo de debates sobre a retomada do turismo no pós-pandemia, promovido pela Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado (CDR), presidida por Fernando Collor (Pros-AL), autor da iniciativa. A discussão nesta segunda-feira (31) teve como tema “O Brasil na retomada do turismo internacional: estratégias para a ampliação de turistas estrangeiros no país".

Presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA) e representante da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Alexandre Sampaio disse que a restrição nas fronteiras limitou o trabalho de captação de turistas internacionais. Ele afirmou que houve 88% de queda nas viagens internacionais e na América do Sul, citando dados da Organização Mundial do Turismo.

— A variável de queda não se consegue controlar mesmo com promoção. É um momento delicado para estimular consumidores de mercados internacionais a visitar o Brasil. Se tivéssemos um processo volumoso de vacinação talvez nós tivéssemos recuperação em julho. Estamos com aumento previsto [de chegada de turistas] só de 22%.

De acordo com Sampaio, 20% dos especialistas em turismo sugerem que a recuperação poderia vir a ocorrer apenas em 2022, a partir da adoção de protocolos com países da América do Sul. Segundo ele, o ritmo ainda lento da contenção da covid-19 está gerando uma baixa confiança do consumidor no que se refere a empreender viagens, e a deterioração do ambiente econômico segue como um obstáculo que irá requerer inteligência e inovação para ser ultrapassado.

De acordo com Sampaio, novos protocolos precisam ser implementados, melhor definidos e harmonizados entre diversos países. Ele disse que a biometria será uma solução amplamente aceita, assim como a tecnologia para entrada de dados sem contato, controle de gestos, digitalização de documentos sem toque e comandos de voz, as quais já estão sendo testadas.

Segundo Sampaio, o novo viajante evitará locais superlotados, preferindo o interior e o campo. Além disso, as viagens de carro no modal rodoviário serão percebidas como uma forma mais segura de viajar. Haverá, de acordo com ele, grupos que irão optar por viagens internacionais que não requeiram carteira de vacinação, e a ênfase nas viagens domésticas deverá suplantar as viagens internacionais. Também são esperadas melhorias e inovações em quartos, aviões e qualquer espaço público que receba turistas.

— Tudo isso impactará diretamente na escolha de um destino, voo ou estada. A higiene se tornará um critério tão importante no processo de tomada de decisão do viajante quanto o preço e a localização. É preciso intensificar o marketing digital, otimizar procedimentos de embarque, investir em capacitação sobre protocolos de segurança e higienização, disponibilizar ferramentas de apoio ao empresariado.

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