Agência Brasil

15 de janeiro de 2009

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Um prédio da sede da Agência das Nações Unidas de Ajuda aos Refugiados Palestinos (UNWRA) foi atingido na manhã de hoje (15) por um bombardeio de Israel na Faixa de Gaza, confirmou a Organização das Nações Unidas (ONU), segundo informações da BBC Brasil. A agência disse que cinco bombas atingiram o prédio, deixando três feridos. As operações da UNWRA estão suspensas em território palestino.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que está em Tel Aviv, disse que está revoltado com o ataque. Ele afirmou que ouviu do ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, que o bombardeio foi um “erro grave”.

O ataque ocorreu depois de uma noite em que a ofensiva israelense sobre a Faixa de Gaza foi intensificada. Segundo informações da BBC, soldados e veículos armados avançaram pelo bairro de Tellilawah, uma área densamente povoada no sudoeste da Cidade de Gaza, e houve conflitos com militantes palestinos. O Exército de Israel confirmou o ataque a 70 alvos no território palestino durante a noite.

O secretário-geral da ONU disse que o sofrimento em Gaza chegou a um “ponto insustentável”. Já o enviado das Nações Unidas para os territórios palestinos, Richard Falk, acusou Israel de crueldade por “trancar” civis em uma zona de conflito, sem permitir a sua saída como refugiados.

O grupo internacional Free Gaza disse que um barco enviado ao território palestino, carregado de medicamentos, foi interceptado por cinco navios da Marinha israelense ainda em águas internacionais e obrigado a voltar para o Chipre, de onde tinha partido ontem (14). O governo israelense nega as acusações, dizendo que elas não têm fundamento.

Segundo fontes dos serviços de saúde de Gaza, pelo menos 1.028 pessoas foram mortas desde o início da ofensiva, há 20 dias, das quais cerca de 30% são crianças. De acordo com o Ministério da Saúde palestino, 4,7 mil pessoas ficaram feridas até agora. Israel afirma que 13 israelenses foram mortos no período, sendo dez soldados e três civis.

Hoje, o principal negociador de paz israelense, Amos Gilad, chega ao Cairo para conversas com o governo egípcio. Ontem representantes do Hamas estiveram no Egito e disseram que houve avanços nas negociações.

Israel pretende ouvir mais detalhes sobre uma proposta dos governos do Egito e dos Estados Unidos para bloquear a fronteira entre Gaza e o Egito e evitar o contrabando de armas. Já o Hamas fez algumas exigências para aceitar o cessar-fogo, entre elas a retirada rápida das forças israeleneses e a reabertura das fronteiras entre Gaza e Israel.


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