19 de maio de 2022

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A presença de cartéis de drogas na Bolívia foi negada pelo governo, mas é uma situação que também responde a um contexto político, assegurou o analista e pesquisador sobre questões de drogas e coca, Dr. Franklin Alcaraz.

“Não é conveniente para o governo admitir a presença de qualquer cartel internacional de drogas no país, (…) traficantes de drogas bolivianos.”

O governo destaca que tem uma luta frontal contra o narcotráfico e afirma que “os resultados da interdição refletem números superiores aos de outros anos”.

No entanto, há poucos dias, um portal brasileiro publicou que o suposto líder da organização criminosa brasileira Primeiro Comando da Capital, Marco Roberto de Almeida, vulgo "Tuta", foi sequestrado na Bolívia por um "tribunal criminal" de sua própria facção.

Primeiro Comando da Capital, é um dos grupos identificados na investigação do assassinato do promotor paraguaio Marcelo Pecci em Cartagena, Colômbia, na semana passada.

De acordo com a mídia, o grupo tem capacidade para produzir e enviar cerca de 5 toneladas de cocaína por mês para os Estados Unidos, África e Europa da Bolívia, Peru e Colômbia.

Os tribunais brasileiro e paraguaio presumem que o pseudônimo “Tuta” é um fugitivo na Bolívia e o tribunal paraguaio ordenou sua prisão para fins de extradição.

A resposta do governo boliviano, por meio do ministro Eduardo Del Castillo, foi rejeitar categoricamente a informação.

“Esta é uma informação que não é verdadeira. Vemos que estão a ser utilizados pressupostos, não estamos a ser objetivos, queremos afirmar que não há rapto em território nacional de nenhum estrangeiro”, disse o ministro.

Para o analista Franklin Alcaraz, tudo isso tem um impacto negativo para a Bolívia em nível internacional.

“No exterior, a Bolívia aparece mais mencionada não apenas como centro de produção de matéria-prima para processamento de cocaína, mas também como centro de fabricação de armazenamento e distribuição dessa droga para outros países, e essa é a imagem que agora se tem da Bolívia. Está se tornando um país com maior relevância ilícita, maior que Colômbia e Peru.”

Nas últimas horas, soube-se que 17 pessoas extraditáveis exigidas por nove países foram capturadas durante as investigações do caso do assassinato do promotor paraguaio.

Fontes