Agência Brasil

7 de fevereiro de 2011

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Fronteiras de Bolívia, Peru e Chile, antes da Guerra do Pacífico, que retirou o acesso soberano ao Oceano Pacífico da antiga costa boliviana.

Os governos da Bolívia e do Chile retomaram hoje (7) as negociações na tentativa de encerrar o impasse sobre a ausência de saída para o mar do lado boliviano. Os ministros das Relações Exteriores da Bolívia, David Choquehuanca, e do Chile, Alfredo Moreno, reúnem-se em La Paz. A confirmação das negociações é da imprensa oficial da Bolívia, a Agência Boliviana de Informações (ABI).

Os esforços para retomar o diálogo são dos presidentes boliviano, Evo Morales, e chileno, Sebastián Piñera, que desde o ano passado articulam as conversas. As negociações são consideradas históricas porque desde 1978 as relações diplomáticas entre a Bolívia e o Chile estão suspensas em decorrência da falta de acordo sobre a questão marítima.

"Pela primeira vez, um ministro chileno de Negócios Estrangeiros vai para uma reunião bilateral, em La Paz", disse o cônsul da Bolívia em Santiago, Walker San Miguel. No final do século 19, em uma guerra com o Chile, a Bolívia perdeu 400 quilômetros de litoral, no Oceano Pacífico. Desde então, os dois países vivem o impasse sobre a questão marítima.

Em janeiro deste ano, o ministro Choquehuanca ameaçou levar a questão para o Tribunal de Haia recorrendo contra o Chile. Em 2010, Morales e Piñera criaram uma comissão formada por integrantes dos dois países com o objetivo de analisar o assunto.

Em outubro de 2010, o presidente do Peru, Alan García, ofereceu a Morales o direito de uso do Porto de Ilo para negociar a venda de gás, o trânsito livre de embarcações e condições de acesso por 99 anos. A iniciativa ameniza a ausência de saída para o mar por parte da Bolívia.

Fontes