Brasil • 3 de dezembro de 2014

Email Facebook Twitter WhatsApp Telegram

 

Uma blitz educacional feita hoje (3) nas ruas do centro do Rio de Janeiro, por equipe da Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, constatou que são inúmeras as dificuldades enfrentadas por pessoas com deficiências diversas no dia a dia. A operação foi alusiva ao Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) nesta data, para conscientizar a população sobre a igualdade de direitos dessa parcela da sociedade.

A intenção, de acordo com o secretário João Carlos Mariano, além de marcar o dia comemorativo, foi sensibilizar a população, “porque é somente com educação e com as pessoas tentando um pouco se colocar no lugar das que têm deficiência que elas conseguem ter a percepção de acessibilidade, de orientação, de não obstruir rampas, locais de acesso. Nossa intenção maior foi buscar caminhos para sensibilizar as pessoas sobre as dificuldades que as pessoas com deficiência passam na rotina do dia a dia", disse ele à Agência Brasil.

A equipe da Superintendência de Políticas para Pessoa com Deficiência, vinculada à Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, acompanhou a cadeirante Danielle Fernandes da Costa e o usuário de muleta Nélson Staffel nas tentativas de fazer compras em um supermercado e em algumas lojas do entorno, e de pegar ônibus.

Degraus e falta de rampas foram alguns dos obstáculos enfrentados pelos dois, além de buracos nas calçadas. Nos diversos estabelecimentos, a assessoria da secretaria constatou que os corredores estreitos e pinos de ferro na entrada constituíam também entraves significativos.

Danielle, de 34 anos, conseguiu superar o acidente de carro que paralisou suas pernas. Ela é medalhista de ouro no campeonato nacional de canoagem paralímpica e prata no mundial. Lamenta apenas que as pessoas não entendam que, dentro de suas limitações, ela pode fazer tudo. “A cadeira não me impede, me leva”, disse.

Nelson Staffel teve um acidente vascular cerebral que paralisou um lado de seu corpo. Daí, a necessidade de usar um aparelho nas pernas e contar com o auxílio de uma muleta para se locomover. Ele lamentou também a falta de apoio e ajuda da população. “Não há educação”, disse. Os dois enfrentaram outra dificuldade no transporte público, no qual constataram, principalmente, falta de treinamento dos profissionais das empresas de ônibus.

Segundo João Carlos Mariano, a secretaria está atacando o problema em duas vertentes. Uma delas éo Programa Mova-se!, que oferece fisioterapia gratuita para pessoas carentes. “Essa é uma grande dificuldade das pessoas que acessam a rede (de saúde). Elas não têm esse tipo de serviço. Por isso, foi criado na superintendência esse programa com fisioterapeutas, psicólogos, assistentes sociais”. O programa busca as pessoas com deficiência em casa e faz o acompanhamento da melhora que apresentam. Tanto Danielle quanto Nelson são atendidos pelo Mova-se!.

A segunda vertente de ação envolve a conscientização da população sobre os direitos das pessoas com deficiência. “Nossas blitze de sensibilização não têm caráter punitivo e, sim, de orientação; de mostrar às pessoas que não respeitam, por algum motivo, os locais de acessibilidade - como rampas, elevadores específicos, estacionamentos, locais comerciais - o quanto elas expõem as pessoas com deficiência na rotina do seu dia a dia.”

Panfletos sobre o direito universal de acessibilidade foram distribuídos pelos agentes durante o evento e salientaram a importância da educação da sociedade para o problema. Segundo a assessoria, os critérios básicos para regulamentação das regras que envolvem deficientes são definidos no estado pelo Decreto 5.296. Ele regulamenta duas leis de 2000: uma garante prioridade de atendimento a pessoas com deficiência, e outra estabelece normas para promoção da acessibilidade.

Fontes