29 de outubro de 2020

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As autoridades guineenses desdramatizam a acusação da vizinha Guiné-Conacri, segundo a qual, as armas apreendidas no seu território foram introduzidas a partir de Bissau.

O presidente Umaro Sissoco Embalo e o ministro da Defesa, Sandji Fati, qualificaram a informação de “fake news”.

Rui Neumann, jornalista e analista de questões geopolíticas, diz que o ministro da Segurança e Proteção Civil da Guiné-Conacri, Albert Damantang Camara, tem agora a tarefa difícil de provar o que disse.

“Se de fato a Guiné-Bissau teria enviado armadas para a Guiné-Conacri, estas armas nunca teriam carimbo "Made in Guiné-Bissau"; tão pouco se tivesse enviado um grupo de militares para efetuarem operações de destabilização, estes homens nunca iriam com uniformes da Guiné-Bissau ou documentos que pudessem confirmar a sua origem. Este é o princípio básico nas operações clandestinas”, disse Neumann.

Mas, para Sabino Santos, editor do jornal Última Hora, a “ligeireza com que Bissau está a abordar esta questão, não é a melhor forma de lidar com a situação”.

“Ouvimos Umaro Sissoco Embaló há dias a falar sobre o assunto, considerando-o 'fake news'; ainda ouvimos o ministro da Defesa igualmente a dizer o mesmo, penso que a forma de reagir sobre esta situação devia ser outra”, disse Santos.

Noutra perspetiva, a acusação de Conacri sobre o alegado envolvimento de Bissau na introdução de armas no seu território, vai complicar ainda as relações entre os dois países, diz Neumann. “Mas não irá agravar mais do que já estava, desde a tomada de posse de Umaro Sissoco Embaló”.

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