1 de novembro de 2023

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Pesquisadores do Museu de Zoologia (MZ) da USP descobriram um novo tipo de besouro, o Austrospirachtha carrijoi, encontrado na Austrália e segundo do gênero Austrospirachtha. É uma espécie parasitária, pequena como outros insetos e normal à primeira vista. O que difere esses besouros da maioria dos coleópteros (ordem biológica) encontrados até hoje é sua capacidade de imitar física e quimicamente cupins. Essa característica atípica foi estudada em artigo publicado recentemente na revista Zootaxa. A espécie foi descoberta por Tiago Carrijo, doutor em Entomologia pela USP, quando o pesquisador estudava espécies de cupins na Austrália e encontrou o besouro infiltrado.

Bruno Zilberman, um dos autores do artigo, explica que esse besouro carrega o abdômen nas costas. O órgão é membranoso e inflado, com projeções laterais (chamados de pseudoapêndices), o que, ao olhar o inseto de cima, faz parecer que ele é um cupim. “O bicho criou um fantoche de cupim no próprio abdômen e ele usa isso para se camuflar dentro do ninho dos cupins”, diz o pesquisador do Laboratório de Coleoptera (LaC).

Apesar da semelhança física, os cupins são cegos e não enxergam a similaridade apresentada pelos besouros, porém, eles são bons na parte sensorial-tátil. A hipótese dos pesquisadores é que ao tatear o besouro intrusivo, mesmo com o tamanho maior, eles reconhecem a estrutura de um cupim. Além disso, o mimetismo visual também é uma estratégia dos A. carrijoi para enganar possíveis predadores, pois, olhando de cima, o besouro não se destaca.

Fontes