6 de setembro de 2005

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Apesar de uma decisão judicial que ordena dar acesso a grupos independentes de observação eleitoral aos centros de votação, a Comissão Eleitoral Egípcia, nomeada pelo atual governo, decidiu manter a proibição de observadores, nacionais e internacionais nas primeiras eleições da história com múltiplos candidatos que terá lugar no Egito. Só terão acesso as testemunhas de cada uma das partes que participarão da eleição, afirmou Osama Attawiyah, chefe da Comissão Eleitoral numa entrevista à BBC. A comissão também manterá invalidada uma das candidaturas, por causa de uma decisão judicial.

O Presidente Hosni Mubarak se apresenta como candidato favorito para vencer as eleições e ter direito a um novo mandato de seis anos.

Independente disso, a campanha eleitoral é uma oportunidade para os egípcios discutirem assuntos internos, muito mais do que a situação internacional. Entre os assuntos discutidos estão alguns problemas que persistem na sociedade egípcia e que não puderam ser corrigidos nas décadas de governo do atual presidente, entre eles o desemprego, a corrupção dos servidores públicos de estado e a quase ausência de serviços públicos.

Para a Human Rights Watch (HRW), o risco de fraude nas eleições é muito grande, por causa dos antecedentes de fraude em eleições anteriores e o controle que tem o partido do governo sobre toda a atividade política do país.

A HRW considera como positivo o debate sobre ao situação interna do país que acontece durante a campanha eleitoral. Ela considera que o grande desafio de Mubarak não é ganhar, mas mostrar que ainda tem apoio suficiente, mesmo após um quarto de século à frente do governo.

A campanha eleitoral finaliza no domingo, 11 de setembro. Nesse dia se espera que Mubarak participe de uma grande manifestação no Cairo.

Fontes