Brasil • 5 de fevereiro de 2006

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A Lista de Furnas divulgada em websites de simpatizantes do Partido dos Trabalhadores e atualmente investigada pela Polícia Federal levanta dúvidas quanto à sua autenticidade. A lista supostamente conteria os nomes de 156 políticos, todos de partidos da oposição, que teriam recebido contribuições irregulares para as campanhas políticas de 2002.

O perito da Unicamp Ricardo Molina de Figueiredo teria feito a perícia de uma cópia do documento, formado por cinco folhas de papel com autenticação de cartório, em outubro de 2005. O original, que poderia servir para dirimir algumas dúvidas, até o momento não apareceu.

Molina disse que sua análise identificou o material como autêntico, contudo alertou que isto não significa que ele é verdadeiro, e que poderia ser até uma montagem feita com auxílio de um computador: "Se aquela informação que está ali é verdadeira ou não, isso é impossível saber porque qualquer um pode sentar numa máquina, no computador, fazer uma lista, assinar e mandar".

Em relação às autenticações de cartório que aparecem nas folhas, Molina disse que isto "não significa nada" porque os cartórios brasileiros "autenticam qualquer coisa". Molina disse também que o seu laudo, que foi amplamente divulgado, está em alguns casos a ser interpretado equivocadamente. Ele disse que não sustenta a veracidade contida na Lista de Furnas e que para isso seria necessário outro tipo de investigação.

O ex-deputado Roberto Jefferson, cujo nome aparece na lista, disse que a informação a seu respeito é verdadeira. Outros políticos cujos nomes estão relacionados dizem que a lista é falsa.

O documento aparentemente contém algumas incongruências. Na lista aparecem os nomes de Luiz Paulo Velloso Lucas e de Francisco Luiz Gomide como candidatos eleitos a deputado federal, sendo que nenhum deles se candidatou para as eleições de 2002.

Na lista dos supostos doadores aparece o nome da empresa "Energia de Portugal". Contudo, em 2002, a empresa era conhecida pelo nome de "Electricidade de Portugal". Segundo o jornalista Josias de Souza da Folha de S. Paulo, a mudança de nome ocorreria somente em novembro de 2003, durante o Governo Lula, quando a empresa se tornaria parceira de Furnas.

Foi noticiado que o nome do deputado Ciro Nogueira (PP-PI) que aparece na lista estava citado de forma errada. Nogueira é do Piauí e na lista (ou na transcrição da lista) ele apareceria como sendo de Pernambuco. Contudo, na cópia do documento que aparece na internet o estado do deputado está corretamente assinalado como sendo Piauí.

O documento é datado como sendo de 30 de novembro de 2002, porém a cópia foi autenticada em 22 de setembro de 2005. Ele contém a assinatura de Dimas Fabiano Toledo, ex-diretor de Furnas, mas como só existe a cópia, não há como saber se houve uma montagem.

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Fontes