14 de junho de 2022
Autoridades argentinas impediram um avião de carga Boeing 747 venezuelano ligado ao Irã, disseram um parlamentar da oposição local e a imprensa argentina e iraniana.
A aeronave estava a caminho do Uruguai para reabastecer, mas as autoridades uruguaias a proibiram de entrar em seu espaço aéreo porque foi sancionada pelos Estados Unidos. Por isso, o Boeing 747 teve que retornar ao aeroporto de Ezeiza, em Buenos Aires, e lá foi bloqueado pelas autoridades locais. Agentes da Guarda Revolucionária Iraniana, órgão designado como terrorismo pela Casa Branca, viajavam na tripulação.
“Sabemos que por 72 horas os iranianos não poderão sair do país, porque seus passaportes estão retidos. Temos que ver como o processo judicial está evoluindo, porque é preciso provar algo para continuar retendo-os”, disse o especialista em segurança Andrei Serbin Pont, diretor do Coordenadoria Regional de Pesquisa Econômica e Social (CRIES). “Por enquanto, além do perfil dos integrantes e da falta de transparência sobre o que vieram fazer, não há crime.”
A decisão foi tomada por um juiz argentino, que ordenou que a Direção Nacional de Migração retivesse os documentos dos iranianos Mohammad Khosraviaragh, Gholamreza Ghasemi, Mahdi Mouseli, Saeid Vali Zadeh e Abdolbaset Mohammadi.
No entanto, os membros da Guarda Revolucionária Iraniana, que estavam no avião, não têm pedidos de captura internacional e, segundo a polícia argentina, não há irregularidades na carga que transportavam. Mas outro elemento é adicionado: a comunidade judaica pediu para investigar esses homens por sua suposta ligação com dois eventos.
"De acordo com o estabelecido pela justiça argentina, os ataques de 17 de março de 1992 contra a embaixada israelense em Buenos Aires e de 18 de julho de 1994 contra a AMIA, que ainda permanecem impunes, foram planejados e executados pelo Hezbollah, um grupo terrorista financiado e apoiado pela República Islâmica do Irã", disse a Delegação das Associações Israelitas Argentinas à mídia local.
Segundo a imprensa local, o juiz responsável pelo caso rejeitou o habeas corpus e confirmou a decisão das autoridades argentinas de reter os passaportes dos cinco iranianos.
Não ficou imediatamente claro se o avião, número de registro YV3531, estava em uma lista de aviões ligados ao Irã sob sanções dos EUA. A Mahan Air está sob sanções daquele país desde 2011 por seu apoio à Guarda Revolucionária Iraniana.
Fontes
- ((en)) Lista de tripulantes iraníes de vuelo varado en Buenos Aires genera sospechas — Voz da América, 14 de junho de 2022
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