21 de outubro de 2023

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A Argentina já está em “silêncio eleitoral” para as eleições presidenciais de domingo, fase em que não se ouve mais propaganda de campanhas políticas ou publicidade na mídia, 72 horas de introspecção aos eleitores para eleições que podem mudar o rumo do país.

Para domingo, 22 de outubro, estão previstas eleições históricas, onde o candidato libertário ameaça pôr fim a 20 anos de kirchnerismo e a um governo conservador que não conseguiu superar os problemas económicos.

Javier Milei, economista que propõe mudanças drásticas como o abandono do peso e a adoção do dólar, além de outras medidas ultraconservadoras, enfrenta candidatos mais moderados, como o atual ministro da Economia Sergio Massa e a conservadora Patricia Bullrich.

Embora Milei lidere as pesquisas, segundo os principais analistas, há grande paridade e não se pode descartar um segundo turno em novembro, o que ampliaria a incerteza.

“Estamos vendo neste último estudo que quando perguntamos sobre um cenário de segundo turno, (há) mais de 30% de indecisos ou votos em branco; Quem chegar ao segundo turno vai ter que se esforçar muito para convencer esse universo, e há também outro fenômeno: todos os líderes têm teto muito baixo, nenhum chega a 41%”, disse o sociólogo Manuel Zunino.


As autoridades esperam que o nível de votação ultrapasse os 68% registados nas eleições primárias e que votem 30% dos eleitores indecisos, e para isso está a ser facilitado o acesso às urnas.

Segundo Marcos Schiavi, diretor da Direção Nacional Eleitoral, “existem 17 mil estabelecimentos em todo o país onde as pessoas vão votar, são 108 mil postos de votação no total”.

“É organizado pelo Poder Judiciário através de 24 juízes federais e pela Câmara Nacional Eleitoral, aos quais se juntam as Forças Armadas que fazem a custódia, os Correios argentinos que fazem a logística e a transmissão, e os cidadãos que são autoridades de mesa”, explicou.

As eleições ocorrem em meio a uma forte crise económica e a uma polarização política que poderá gerar uma viragem inesperada para o país.

É um ambiente difícil causado principalmente pela inflação de 138%, pelas reservas em moeda estrangeira no vermelho, pelo peso no chão e pela ameaça de recessão, a economia é a principal preocupação dos eleitores.

Apesar das expectativas, o governo já anunciou que no domingo haverá atrasos no conhecimento dos resultados finais devido à extensão territorial do país.

Nas eleições também serão renovadas 24 cadeiras no Senado e 130 deputados nacionais e serão eleitos vários prefeitos e governadores, incluindo o da província de Buenos Aires, o distrito mais importante do país.

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