7 de abril de 2021

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A Anistia Internacional divulgou hoje o Informe 2020/21 da Anistia Internacional: O estado dos Direitos Humanos no Mundo, um estudo feito sobre os direitos humanos em 2020. "A covid-19 expôs brutalmente e aprofundou a desigualdade dentro e entre os países, e destacou a desconsideração impressionante de nossos líderes. Décadas de políticas divisivas, medidas de austeridade equivocadas e escolhas dos líderes de não investir em infraestrutura pública deixaram muitas presas fáceis para esse vírus", disse Agnès Callamard, secretária-geral da instituição.

O estudo foi feito em 149 países durante o ano passado.

Segundo o relatório, minorias étnicas, refugiados, idosos e mulheres foram desproporcionalmente afetados pela pandemia, mas a entidade também aponta trabalhadores da Saúde, trabalhadores migrantes e aqueles do setor informal - muitos na linha de frente da pandemia - como grupos de pessoas que sofreram com a negligência de governos e com a falta de suporte econômico e social. "Neste ponto da pandemia, mesmo os líderes mais iludidos lutariam para negar que nossos sistemas sociais, econômicos e políticos estão quebrados", enfatizou Agnès.

O documento também traz alguns dados positivos, como a aprovação de novas leis para combater a violência contra mulheres e meninas no Kuwait, Coreia do Sul e Sudão, e a descriminalização do aborto na Argentina, Irlanda do Norte e Coreia do Sul. "A liderança em 2020 não veio de poderosos e privilegiados. Veio de inúmeras pessoas que protestaram para exigir mudanças", analisou Agnès, que também destacou movimentos como o Black Lives Matter.

No Brasil

Especialmente em relação ao Brasil, o estudo detectou que as violações de direitos humanos aumentaram no país em 2020. "A pandemia da covid-19 colocou o Brasil entre os primeiros países do mundo em números de mortes e também foi usada como pretexto para que as violações de direitos humanos (...) a crise na saúde aumentou a desigualdade social estrutural e sistêmica do país, cerca de 27 milhões de pessoas passaram a viver na extrema pobreza, com menos de R$ 246 ao mês. A agenda negacionista do presidente Jair Bolsonaro agravou as consequências da pandemia da Covid-19 sobre a população brasileira, sobretudo nas comunidades mais empobrecidas e historicamente discriminadas", enfatiza o website da Anistia no Brasil.

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Fontes