2 de agosto de 2024
A violência doméstica, o abuso sexual e a fuga à paternidade são alguns dos vários problemas com que se debatem as mulheres angolanas com impacto no seu desenvolvimento.
Elas também apontam ainda a falta de emprego que afeta centenas de mulheres que, mesmo já com formação académica ou profissional, acabam sem ocupação pela fraca resposta do mercado.
Lúcia Salesso, que responde pela Associação das Mulheres Zungueiras, revela que estão entre as que mais sofrem para lutar pela dignidade quando no exercício de sua atividade são obrigadas a travar conflitos com a fiscalização.
“Um dos melhores sonhos das mulheres (zungueiras) é estarem legalizadas principalmente parar com os conflitos com a fiscalização. Enquanto não estivermos legalizadas estamos na fase de dialogar, compreensão, mas não está a ser fácil”, afirma Salesso.
Catarina Nunes é de uma organização religiosa e destaca o reconhecimento que a sociedade vê na mulher em Angola.
“A mulher deve demonstrar quem ela é e qual o seu valor, nós neste momento estamos a gostar o valor que o Governo está a atribuir às mulheres cristãs. Ontem não foi fácil uma mulher estar diante de uma população”, destaca Nunes.
Por seu lado, Argentina Mande considera que em África e em Angola em particular as mulheres vão se destacando desde a política, passando pela economia à cultura e ao desporto, mas admite que há ainda muito a fazer.
Para ela, a ascensão da mulher não precisa de conflitos com o homem.
“Há quem pense que a mulher ao se firmar tem que tirar a autonomia do homem para ela mostrar o seu valor. Nós lutamos pela igualdade e equidade do género nós queremos um equilíbrio apenas não que a mulher pise no homem que a mulher entre num ringue de luta de boxe para conquistar não é necessário. Existem os extremos mas é preciso haver um equilíbrio", sustenta Mande.
A vice-governadora da Huíla, Maria Tchipalavela, reconhece o papel da mulher na estabilidade das famílias e salienta por exemplo a sua contribuição no sucesso da agricultura familiar.
“As mulheres hoje precisam de cada vez mais estudar e podemos perceber que não estamos só a falar do ensino superior, estamos a falar de mulheres técnicas. São estas mulheres do continente que devemos olhar para elas como agentes de mudanças”, conclui Tchipalavela.
Fontes
editar- ((pt)) Angolanas dizem enfrentar ainda muitos desafios — VOA Português, 31 de julho de 2024
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