2 de fevereiro de 2021

Email Facebook Twitter WhatsApp Telegram

 

A Anistia Internacional (AI) insta as autoridades angolanas a abrir uma investigação independente aos confrontos registados no sábado, 30, em Cafunfo, na província da Lunda Norte, os quais, segundo informações de que dispõe, terminaram com pelo menos 10 mortos, embora existam muitos desaparecidos.

“As autoridades angolanas devem lançar uma investigação rápida, completa, independente, eficaz e transparente sobre as mortes e levar os suspeitos da sua autoria à justiça em julgamentos justos que cumpram os padrões internacionais”, defende Muleya Mwananyanda, vice-directora daquela organização de defesa dos direitos humanos para África Austral, que ainda exige que “as vítimas e suas famílias tenham acesso à justiça e a meios eficazes”.

“A Anistia Internacional pode hoje confirmar que desde 30 de Janeiro, as forças de segurança angolanas mataram pelo menos 10 pessoas, enquanto as autoridades continuam a caçar manifestantes pacíficos cujo único ´crime´ é falar contra as condições de vida deploráveis”, revela a AI num comunicado divulgado nesta terça-feira, 2, juntamente com a organização não governamental angolana OMUNGA.

João Malavindele, director executivo da OMUNGA acrescenta que “o número exacto de mortos não é conhecido, pois a maioria dos manifestantes ainda está desaparecida, mas relatos não confirmados indicam que um maior número de ativistas continua desaparecido e que alguns corpos podem ter sido despejados no rio Cuango nas últimas duas horas”.

A nota cita um vídeo que circula nas redes sociais, feito na manhã de 30 de Janeiro, horário local, que mostra vários corpos no chão, enquanto um polícia pontapeia e pisa a cabeça de uma vítima gravemente ferida”.

Ao exigir uma investigação independente e transparente que leve os autores dessas violações dos direitos humanos, a AI e a OMUNGA lembra que “têm denunciado o uso de força excessiva, abusiva e mesmo letal pelas forças de segurança angolanas para lidar com violações das medidas de saúde pública da Covid-19 e manifestações pacíficas desde 2020”.

Fontes