Luanda • 15 de novembro de 2021

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Agência VOA

Especialistas angolanos defendem para os países africanos produtores de petróleo uma solução equilibrada entre o combate às alterações climáticas e a produção do crude para os níveis necessários a fim de sustentarem as suas economias.

Os economistas Estévão Gomes e Pedro Godinho e o ambientalista José Silva defendem este ponto de vista a propósito da notícia segundo a qual os países africanos não querem reduzir a produção de petróleo, como pretendem grandes potências, como forma de combater o aquecimento global.

Para o também empresário Pedro Godinho, as potências mundiais, por sinal as maiores poluidoras do planeta, possuem condições económicas e financeiras que lhes permitem “mergulhar nesta cruzada contra as alterações climáticas” e devem apoiar financeiramente a África para a sua transição energética.

“O petróleo é tão vital para a sobrevivência destes países que antes de um Presidente pensar em matar o seu povo para fazer parte de uma estratégia mundial, ele tem que ter alternativas”, defende Godinho, para quem, “Angola tem ainda 28 anos para continuar a produzir petróleo”.

O economista Estêvão Gomes também é de opinião que Angola deve aumentar a produção do petróleo para manter o equilíbrio das suas receitas fiscais.

Mas no entender do ambientalista José Silva, o facto de Angola produzir mais petróleo “não implica necessariamente dizer que vai condicionar o desafio do país de produzir 70 por cento da sua energia através de fontes limpas”.

Ele admite, no entanto, que a transição energética que se pede ao nível mundial “vai ser um desafio difícil para o país”.

Não se conhece a posição oficial do Governo de Angola, enquanto membro do grupo, mas o país já indicou que desenvolverá mais campo petrolíferos em blocos de exploração em terra em 2023 e off-shore em 2025.

As projeções apontam para um aumento da produção angolana, até 2031, acima dos 1,3 milhões de barris dia actuais.

O Presidente angolano, João Lourenço, afirmou, durante a recente Conferência do Clima COP26, que decorreu em Glasgow, que o país definiu a sua contribuição concretizada na redução da intensidade de carbono na produção de energia eléctrica num horizonte até 2025.

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