Agência VOA

7 de março de 2016

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Em causa a presidência rotativa da organização. Os governos do Brasil, Angola e Moçambique não querem que Portugal ocupe a presidência rotativa da Comunidade dos Países da Língua Portugal (CPLP), na cimeira que vai decorrer em Julho.

O Brasil foi o primeiro país a vetar Portugal por considerar que Lisboa não deve presidir a organização, em virtude de ser o país onde está a sede da CPLP.

De acordo com o jornal português Sol, Portugal já disse não estar disposto a abdicar da presidência executiva da Comunidade.

O argumento do Brasil, Angola e Moçambique é de que por acolher a sede da CPLP, Portugal devia abdicar de ocupar a presidência executiva rotativa.

O vice-presidente angolano Manuel Vicente falou do assunto com o ministro português Augusto Santos Silva, que recusa totalmente a pretensão dos três países e exige que seja Portugal a assumir a presidência na próxima cimeira da CPLP.

No seu primeiro acto público a avançar com as linhas principais da política externa do novo Governo, Santos Silva deu imediatamente o sinal de que Portugal rejeita a pressão de Brasil, Angola e Moçambique, que já tinha sido comunicada há algum tempo por via diplomática.

“A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa está no topo das nossas prioridades. Em particular, neste ano de 2016, em que se celebrarão os 20 anos da sua fundação, em que se espera a aprovação da sua nova visão estratégica e em que cabe a Portugal apresentar a candidatura ao cargo de secretário(a) executivo(a)”, disse o ministro português durante um seminário para os quadros do seu ministério.

Fontes diplomáticas angolanas acreditam que essa posição, se existiu, foi a título pessoal, como forma de pressão de Manuel Vicente sobre as autoridades portuguesas, por causa do processo de corrupção em que poderá estar envolvido.

A nomeação do próximo secretário executivo da CPLP será também uma das primeiras missões diplomáticas de Marcelo Rebelo de Sousa como Presidente de República, ele que tem uma especial dedicação ao universo lusófono.

Ao longo da campanha presidencial, deu indicações que privilegiará o estreitamento de relações com os países de língua portuguesa.

Até agora, nenhum dos quatro governos se mostrou disponível para reagir a esta notícia.

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