Agência Brasil

Brasil • 25 de novembro de 2009

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O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, garantiu hoje (25) que não há tensão nas relações do Brasil com os Estados Unidos, seja por causa das posições divergentes em relação à crise de Honduras, seja pela visita do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad.

Ao se pronunciar a respeito, Amorim se referia a uma carta enviada pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, no último domingo (22), em que ele critica a visita de Ahmadinejad ao Brasil e afirma considerar legítimas as eleições do dia 29, em Honduras, ao contrário do Brasil.

O ministro também se referia a críticas do assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia que, ontem (24), criticou a política externa estadunidense por suas posições assumidas por Obama em relação à crise em Honduras, ao debate sobre mudanças climáticas e à falta de atenção à América Latina.

{{quote2|Primeiro tem que distinguir as declarações do assessor especial do presidente da manchete do jornal, que procurou mostrar que há muita tensão na relação Brasil-Estados Unidos. Não há nenhuma tensão na relação Brasil-Estados Unidos. Nós temos que nos acostumar a ter diferenças. Aliás, no passado, já tivemos, em relação à Alca (Área de Livre Comércio das Américas), tivemos discussões na OMC (Organização Mundial do Comércio). Isso é normal, isso não gera tensão. E é preciso que nós saibamos dialogar”, disse Amorim, antes do encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o ex-secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, no Rio.

O chanceler brasileiro disse que o presidente Lula vai responder à carta de Obama. “Eu não sei como a carta chegou ao conhecimento da imprensa, mas já que há esse conhecimento, eu acho que o presidente Lula vai responder à carta, de maneira educada, adequada, mostrando os seus pontos de vista, sempre salientando a possibilidade de cooperação. Agora, não deixando de salientar o ângulo em que a gente vê as coisas, que não é, necessariamente, o mesmo com que Washington vê. Nós estamos em latitutes diferentes, Brasília está no Hemisfério Sul. Washington está no Hemisfério Norte. E é natural que as coisas, às vezes, sejam vistas de formas diferentes. Mas isso não é e não deve ser razão para tensão”, ressaltou.

Perguntado se a recente visita do presidente do Irã atrapalhou as relações bilaterais com os estadunidenses, Amorim discordou. “Pelo contrário, sempre nos incentivaram a transmitir certas mensagens, conversar. Então, não vejo como. Isso aqui é um pouco de fantasia da mídia brasileira”, rebateu.

Sobre as eleições em Honduras, marcadas para o próximo domingo, Amorim disse que estava vendo mal o processo. “Porque sem o retorno do presidente [Manuel] Zelaya ao poder, os países todos da América Latina e do Caribe já declararam que consideram as eleições ilegítimas e que não reconhecerão o novo governo. Eu não sei, no futuro, o que vai acontecer com outros países, mas o Brasil continua firme nessa posição [de considerar as eleições do dia 29 ilegítimas].”

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