Brasil • 30 de outubro de 2005

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Com a edição número 1929 da Revista Veja, que começa a circular amanhã no Brasil, são pelo menos três as denúncias de que dinheiro vindo do exterior foi usado na campanha política de 2002 de Luiz Inácio Lula da Silva. Das outras duas denúncias, uma foi também feita por Veja e acabou arquivada. A outra está a ser investigada ainda pelas CPIs.

No dia 17 de março de 2005, o Presidente de uma Comissão de Investigação, senador Cristovam Buarque, então pertencente ao Partido dos Trabalhadores (PT), deu por encerradas as investigações sobre a denúncia de uma susposta doação das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) para o PT.

A Comissão ficou satisfeita com as explicações dos responsáveis pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin): o General Jorge Félix e o diretor Mauro Marcelo. Marcelo renunciou ao cargo recentemente, em meio à crise do mensalão. A própria Abin esteve no centro de escândalo e foi acusada pelo ex-deputado Roberto Jefferson de ter sido usada pelo Ministério da Casa Civil, sob o comando do então Ministro José Dirceu, para colher informações que poderiam ser usadas como material de extorsão ou perseguição.

A denúncia da suposta doação das FARC foi publicada pela Revista Veja na edição de 16 de abril de 2002, com o título: "Os tentáculos da FARC no Brasil". A matéria foi assinada pelo jornalista Policarpo Junior. Segundo o artigo da revista o representante das FARC Francisco Antonio Cadenas Collazzos, conhecido no Brasil mais como "Olivério Medina", ou "Padre Medina", teria anunciado uma doação de 5 milhões de dólares do exército guerrilheiro para o PT, no dia 13 de abril de 2002 numa chácara localizada nos arredores de Brasília.

A investigação da denúncia foi secreta e não levou-se em consideração os testemunhos de um agente da Abin e de seu ex-superior, o Coronel Eduardo Adolfo Ferreira, que corroboraram a história publicada pela revista.


Em 11 de agosto de 2005, Duda Mendonça, publicitário responsável pela campanha política de Lula à presidência, disse para a CPI dos Correios que foi pago com recursos financeiros vindos de paraísos fiscais. Duda disse que foram depositados no exterior cerca de R$ 10 milhões, e os valores, repassados aos poucos, chegavam através dos bancos: Florida Bank, Banco de Israel, Banco Rural Europa e Trade Link.

O PT nega todas as denúncias de financiamento irregular vindo do exterior para a campanha de Lula. Em relação aos fortes indícios de irregularidades apontados pelas CPIs, o partido argumenta que todas elas foram feitas pelo ex-tesoureiro Delúbio Soares, à revelia e sem o conhecimento da direção do partido.

De qualquer forma, uma grande dúvida persiste entre os integrantes das CPIs: de onde veio a enorme quantidade de dinheiro manipulada por Marcos Valério e Delúbio Soares?


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