Agência VOA

3 de novembro de 2017

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Líder da Renamo admite assinar acordo de paz

O presidente da Renamo anunciou nesta sexta-feira, 3, um novo encontro com o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, para aproximar as posições dos documentos finais sobre a descentralização e assinar um acordo político, antes do processo ser encaminhado à Assembleia da República ainda neste mês.

Afonso Dhlakama disse que o acordo político vai definir a forma da eleição dos governadores provinciais, extinguir os poderes do Presidente da República na nomeação de governadores, através da revisão pontual da Constituição da República e alterar o modelo de alocação das receitas cobradas nas províncias.

“Um documento de consenso, da comissão da descentralização, irá chegar a mim e ao Presidente Nyusi, e nós dois iremos nos encontrar, não sei quando, mas poderá ser em breve”, disse Dhlakama assinalando. Até finais de novembro o acordo deverá dar entrada na Assembleia da República.

A descentralização é um dos assuntos de negociações do diálogo político sobre a paz entre o Governo e a Renamo, considerado pela oposição como primordial para avançar para as eleições gerais, presidenciais, legislativas e provinciais de 2019.

Quanto ao enquadramento do braço armado da Renamo no exército, Afonso Dhlakama afirmou que foi discutido um modelo para garantir um exército apartidário e depois da execução do modelo serão “acantonados e desmobilizados” os guerrilheiros aquartelados nas províncias, que depois serão integrados também na Polícia e noutros ramos de segurança.

“A Renamo quer as coisas simples. Se as forças de defesa e segurança querem cinco generais, a Frelimo fica com três e a Renamo com dois, por ser número ímpar. Se disser que queremos nove brigadeiros, então a Renamo fica com cinco e a Frelimo com quatro, e sucessivamente, é esta paridade que queremos, porque não será fácil termos 50 por cento em tudo”, admitiu.

Afonso Dhlakama disse que nas atuais situações de instabilidade e desconfiança políticas a democracia, o desenvolvimento e a boa governação estão a sofrer atrasos e não só quer se assumir como exemplo da luta pela democracia, mas também de boa governação em Moçambique e na África.

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