26 de julho de 2024

Email Facebook Twitter WhatsApp Telegram

 

A União Europeia anunciou na sexta-feira que disponibilizou 1,5 bilhões de euros (1,6 bilhões de dólares) para apoiar a Ucrânia, a primeira parcela de fundos proveniente de lucros gerados por ativos russos congelados.

Em maio, os 27 Estados-membros da UE concordaram em utilizar juros sobre aproximadamente 210 mil milhões de euros (225 mil milhões de dólares) em activos do banco central russo para financiar a assistência militar e os esforços de reconstrução na Ucrânia em resposta à invasão russa.

O dinheiro, a maior parte do qual está na Bélgica, foi congelado como parte de pacotes de sanções em retaliação à invasão em grande escala de Moscovo. Bruxelas estima que os juros sobre estes activos possam gerar cerca de 3 mil milhões de euros por ano.

“A UE está ao lado da Ucrânia. Transferimos hoje 1,5 mil milhões de euros em receitas provenientes de activos russos congelados para a defesa e reconstrução da Ucrânia. “Não há melhor símbolo ou uso para o dinheiro do Kremlin do que tornar a Ucrânia e toda a Europa um lugar mais seguro para se viver”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, num comunicado.

Esta medida surge poucos dias depois de Moscovo ter anunciado a recuperação de duas cidades no leste da Ucrânia. Os avanços recentes das forças russas no leste e nordeste do país têm sido graduais e Kiev está preocupada com o facto de, sem apoio financeiro contínuo, a Rússia poder continuar a avançar.

A sede da UE informou que 90% dos fundos irão para um fundo especial conhecido como Fundo Europeu para a Paz, que muitos países da UE já utilizam para receber reembolsos de armas e munições enviadas para a Ucrânia.

Os restantes 10% serão atribuídos ao orçamento da UE. Os programas financiados com esta parte do dinheiro ajudarão a fortalecer a indústria de defesa da Ucrânia ou a apoiar a reconstrução, caso alguns países se oponham à atribuição da sua parte para fins militares.

O primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, expressou a sua gratidão pela decisão da UE numa mensagem publicada na plataforma X.

“Obrigado, @vonderleyen, e à UE pelo vosso forte apoio e por esta importante contribuição para a defesa e reconstrução da Ucrânia. Juntos, estamos a transformar a adversidade em força e a construir uma Europa mais segura e resiliente”, escreveu.

Reagindo ao anúncio de von der Leyen, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, indicou que a Rússia não deixará a decisão da UE sem resposta, mas que a resposta de Moscovo terá de ser cuidadosamente planeada.

"Esta é certamente uma razão para serem tomadas medidas ponderadas em resposta a este tipo de decisões ilegais que a União Europeia está a tomar. Medidas semelhantes serão certamente tomadas", disse Peskov aos jornalistas em 26 de julho.

Fontes

editar