Ações de fiscalização sanitária são reforçadas na fronteira do Brasil com a Argentina, incluindo os caminhoneiros que entram no Rio Grande do Sul

Agência Brasil

Uruguaiana, RS, Brasil • 26 de julho de 2009

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As ações de fiscalização sanitária brasileiras estão sendo reforçadas na cidade de Uruguaiana (RS), que faz fronteira com a Argentina. O motivo são os casos de influenza A (H1N1) (gripe suína) na América do Sul. De acordo com a chefe do posto de fronteira da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Adriana Siqueira Pains, todo viajante que tenta ingressar no país por meio da fronteira precisa preencher uma declaração de saúde.

“Essa é a mudança, em função de estarmos vivendo um evento de saúde pública de interesse internacional”, explicou, em entrevista à Agência Brasil.

O procedimento dá prioridade ao transporte coletivo de passageiros que vêm da Argentina para o Brasil. O trabalho de controle sanitário é feito em parceria com a Receita Federal e com a Polícia Federal, 24 horas por dia, e inclui a inspeção de bagagens acompanhadas e desacompanhadas.

“Tentamos abordar todo e qualquer viajante que ingressa no país. Nossa prioridade tem sido o transporte coletivo de passageiros em função dos aglomerados. Entregamos folhetos informativos, perguntamos se está tudo ok, se não tem ninguém doente. Nossa função é buscar casos suspeitos, alguém que tenha os sintomas, para que a gente possa encaminhar aos serviços de saúde”, disse Adriana

Segundo Adriana, desde que a pandemia de gripe suína foi decretada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), não houve mudança no trânsito vicinal da fronteira, mas o transporte coletivo de passageiros que vêm da Argentina para o Brasil a passeio apresentou queda. Ela acredita que só está viajando quem tem compromissos de trabalho no Brasil e que as pessoas que podem adiar viagem têm adiado.

Quando um passageiro com sintomas é identificado na fronteira, é acionado o protocolo de atendimento, a Anvisa aciona a Vigilância Sanitária de Uruguaiana, que entra em contato com a Santa Casa de Caridade. Uma ambulância é responsável pelo transporte do paciente ao hospital.

Durante visita ao posto de fronteira, a equipe de reportagem não presenciou nenhuma ação de fiscalização sanitária por parte do governo argentino – todo brasileiro que chega ao local precisa apenas apresentar um documento de identidade e está liberado para ingressar no país vizinho.

Caminhoneiros

A saúde de caminhoneiros brasileiros e estrangeiros que entram no Brasil por meio do Porto Seco de Uruguaiana está sendo monitorada pela Anvisa. Quem chega ao local precisa preencher uma declaração de saúde e recebe folhetos informativos, além de ouvir um alerta sonoro de hora em hora com medidas de prevenção contra a gripe.

Para os caminhoneiros que chegam com carga de importação, a estadia no porto seco dura, em média, três dias. Durante esse período, eles são abordados por agentes de saúde e da Anvisa que checam, por exemplo, a temperatura do corpo. Familiares dos caminhoneiros também precisam entregar a declaração de saúde.

De acordo com a chefe do posto de fronteira da Anvisa, Adriana Siqueira Pains, as prioridades da agência são as medidas preventivas de higiene pessoal, como lavar as mãos com água e sabão, e o alerta aos caminhoneiros da importância de uma boa alimentação para ter um sistema imunológico capaz de combater a doença. “Trabalhamos principalmente com o caminhoneiro que transita diariamente no percurso Brasil-Argentina, que se alimenta mal, que dorme pouco”, explicou.

O caminhoneiro que apresenta sintomas e que se enquadra como caso suspeito é encaminhado ao posto da Anvisa, avaliado e, se necessário, transferido ao serviço de saúde de Uruguaiana. A definição de caso suspeito, segundo Adriana, depende, sobretudo, de febre alta e de dificuldade para respirar. Neste caso, o caminhoneiro é levado para a Santa Casa de Caridade, hospital de referência no tratamento para gripe. Caso os sintomas sejam apenas tosse, dor de garganta e dor de cabeça, por exemplo, a transferência é feita para os postos de saúde e ambulatórios da cidade.

A Anvisa não registrou, até o momento, nenhum caso de caminhoneiro com diagnóstico confirmado para a doença (apenas 12 casos de suspeita), mas que foram descartados. A maioria, segundo Adriana, são casos leves, mas alguns caminhoneiros chegaram até mesmo a fazer quarentena. Ainda assim, Uruguaiana registrou a morte de um caminhoneiro por gripe suína. Cerca de 300 veículos circulam diariamente no Porto Seco da cidade.

Fontes