25 de setembro de 2008

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Representantes das Delegações dos estados membros numa abertura de uma Assembleia-geral das Nações Unidas em Nova Yorque Foto: Marcello Casal JR/ABr/Agência Brasil.

Segundo um comunicado informativo da Presidência da Republica Portuguesa: "a Presidência Portuguesa da CPLP decidiu assegurar a tradução do Português por ocasião da abertura e debate geral da 63ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, que se inicia no próximo dia 23 de setembro", assim e desta forma pela primeira vez os Chefes das Delegações Nacionais dos países membros da CPLP puderam exprimir-se em português.

A tradução simultânea das suas intervenções para as línguas oficiais das Nações Unidas, a saber inglês, francês, espanhol, russo, árabe e chinês, foi assegurada depois de Portugal ter assumido os custos com a tradução simultânea para as línguas oficiais da organização

Essa iniciativa decorre das decisões tomadas na Cimeira de Lisboa da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), que decorreu em julho e onde foi acordado lançar um conjunto de acções com vista à promoção do português como "língua global", sendo o português a terceira língua europeia mais falada no mundo, depois do inglês e do espanhol e falado por mais de 200 milhões de pessoas, dá-se assim o inicio ao processo de transformar esta língua como a setima língua oficial das Nações Unidas.

A CPLP delineia estratégia para tornar português como a setima língua oficial das Nações Unidas

Na quarta-feira num almoço realizado entre os oito Chefes das Delegações Nacionais dos países da CPLP, em que se incluíam Lula da Silva e Cavaco Silva, estes acordaram em dar os passos necessários para que a língua portuguesa se torne na setima língua de trabalho na Organização das Nações Unidas.

Segundo Cavaco Silva o "almoço de trabalho foi uma reunião histórica", pois foi "desenvolvida uma estratégia» para tornar o português numa língua oficial da ONU, que envolve um custo «de alguma dimensão», mas «a importância política é de tal monta que justifica que os países se juntem para suportar os custos".

Lula da Silva também considerou importante o facto da língua portuguesa poder vir a ser "língua oficial nas Nações Unidas" pois "não tem sentido nenhum" esta não o ser.

Para além de uma língua de trabalho oficial

Mas os objectivos são mais ambiciosos do que e só o português ser uma língua de trabalho oficial das Nações Unidas, segundo Cavaco Silva, a CPLP pretende implementar também o ensino da língua portuguesa dentro da própria Organização das Nações Unidas, que é algo que já é feito por outras organizações e países.

Para além disso pretende-se aumentar o número de falantes em português que trabalham nas Nações Unidas, sendo que Portugal tem não só António Guterres como Alto-Comissário da ONU para os Refugiados (ACNUR) como também Jorge Sampaio como Alto-representante da ONU para o Diálogo das Civilizações, a convite do actual Secretário-geral das Nações Unidas (tendo sido anteriormente e por dois anos o Enviado especial do plano da ONU para "acabar com a tuberculose").

Também foi defendido nesse almoço e segundo Cavaco Silva, que a CPLP deve levar a cabo "uma maior concertação política entre os Estados-membros" bem como se pensa em envolver esta organização em operações de paz, porque "será mais fácil impor o português quando esta comunidade for vista como uma comunidade política e cultural".

Fontes