Brasil • 2 de dezembro de 2005
Nesta última quinta-feira (1), pela segunda vez, o advogado Valter Santos Neto, sócio da MM Consultoria Jurídica, prestou depoimento para a CPI dos Bingos. Durante a oitiva ele disse que recebeu R$ 5 milhões da empresa multinacional Gtech como serviços advocatícios prestados para a empresa e negou que tenha sido usado como distribuidor de recursos financeiros ilegais a terceiros.
Santos Neto disse que recebeu o pagamento pelo seu trabalho de advogado para a Gtech em duas parcelas, entre outubro de 2002 e julho de 2003. Segundo ele, o seu trabalho consistiu em garantir na Justiça que a Caixa Econômica Federal (CEF) não substituísse a Gtech na operacionalização de toda a rede lotérica no Brasil.
Ao tentar explicar o destino dos R$ 5 milhões que recebeu, o advogado disse que é um gastador compulsivo, doente e que está a fazer um tratamento psiquiátrico por causa disso. Declarou que consegue comprovar os gastos de R$ 3,8 milhões mas não do restante (R$ 1,2 milhão) que alegou ter sido gasto "com frivolidades".
A maioria dos senadores da CPI não achou verossímeis as afirmações de Valter Santos Neto.
Para o senador José Jorge (PFL-PE) há fortes indícios de que parte do dinheiro recebido da Gtech foi usada para subornar pessoas que ajudaram na renovação do contrato da empresa com a CEF, avaliado em R$ 650 milhões.
O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) disse que é estranho o advogado ter sacado em dinheiro vivo todos os R$ 5 milhões referentes aos supostos honorários pagos pela Gtech e transportado a quantia em carro-forte.
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Fontes
- Cláudio Bernardo. Advogado insiste que não intermediou pagamento de propina — Agência Senado (Brasil), 1 de dezembro de 2005
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