'Terceirização' da segurança da UE para a América acabou, diz primeiro-ministro polonês
3 de novembro de 2024
Não importa se a eleição presidencial dos Estados Unidos é vencida pela democrata Kamala Harris ou por seu rival republicano Donald Trump, já que a era dos países europeus "terceirizando" sua segurança para os Estados Unidos chegou ao fim, disse o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk.
Tusk, que atuou como presidente do Conselho Europeu de 2014 a 2019, fez as observações em um post no X no sábado, poucos dias antes da votação de 5 de novembro nos Estados Unidos, informou a RT.
"Harris ou Trump? Alguns afirmam que o futuro da Europa depende das eleições norte americanas, enquanto depende antes de tudo de nós", escreveu ele.
Mas a UE só será capaz de tomar as coisas em suas próprias mãos se "finalmente crescer e acreditar em sua própria força", enfatizou o primeiro-ministro.
"Seja qual for o resultado (da eleição dos Estados Unidos), a era da terceirização geopolítica acabou" para a Europa, insistiu Tusk.
O Financial Times disse em um artigo no sábado que "muitos europeus perdem o sono à noite" com a perspectiva de Donald Trump vencer a eleição e quebrar as garantias de segurança dos Estados Unidos a seus aliados, "expressas na forma da OTAN e do guarda-chuva nuclear".
"Os apoiadores europeus da Ucrânia também temem que ele possa tentar resolver a guerra lá em termos que equivalem, de fato, a uma vitória para a Rússia de Vladimir Putin", disse o artigo.
De acordo com o FT, a maioria dos europeus "se sentiria mais confortável" com Harris no Salão Oval. Durante a campanha, o candidato democrata expressou apoio "férreo" à OTAN, prometeu continuar apoiando a Ucrânia e enfatizou a importância das alianças dos Estados Unidos.
Uma pesquisa da empresa de pesquisa Savanta realizada na Espanha, Itália, França, Alemanha, Holanda e Polônia no mês passado descobriu que a maioria das pessoas nesses países acredita que uma presidência de Harris "seria melhor para a segurança europeia". O nível de confiança no candidato democrata entre as seis nações pesquisadas foi o mais alto da Espanha (70%) e o mais baixo da Polônia (58%).
No início desta semana, o chefe do Comitê de Relações Exteriores do Parlamento Europeu, David McAllister, disse à Deutsche Welle que o bloco deve estar preparado para os dois possíveis resultados da votação nos Estados Unidos.
"O tom seria diferente, mas tenho certeza de que um governo Harris também pediria aos europeus que fizessem mais por nossa própria segurança e defesa", disse McAllister.
Fontes
editar- ((en)) ‘Outsourcing’ of EU Security to America Is Over: Polish PM — Tasnim News Agency, 3 de novembro de 2024
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