1 de maio de 2005

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O embaixador dos EUA para o Chile, Craig Kelly, recebe a secretária Condoleezza Rice em sua chegada ao Aeroporto Internacional de Santiago, no Chile.

A secretária de Estado dos Estados Unidos da América, Condoleezza Rice, chegou ao Aeroporto Internacional de Santiago, no Chile quinta-feira, 28 de abril.

A secretária encontrou-se com o presidente do Chile, Ricardo Lagos e ainda participou do III Encontro das Comunidades Democráticas.

Encontro com o presidente do Chile Ricardo Lagos

 
O presidente do Chile Ricardo Lagos recebe a secretária de Estado Condoleezza Rice no Palácio Presidencial La Moneda.

Segundo a secretária de Estado Condoleezza Rice e o presidente do Chile, Ricardo Lagos, durante o encontro entre as duas autoridades foram discutidos a Área de Livre Comércio (ALCA), a situação do continente e o Haiti. [1]

Assuntos discutidos no Chile

A secretária de Estado dos EUA Condoleezza Rice e o presidente Ricardo Lagos do Chile concederam entrevista coletiva para a imprensa. Segue abaixo um resumo dos principais tópicos abordados nesta e em outras entrevistas feitas no Chile.

América Latina

Em entrevista para Constanza Santa Maria da UCTV a secretária de Estado dos EUA Condoleezza Rice mencionou que a América Latina e os EUA são vizinhos e que a América Latina está na lista de prioridades do governo norte-americano. [2]

Iraque

Em entrevista para Constanza Santa Maria da UCTV a secretária disse que o Iraque agora tem um governo democrático eleito pelo povo, apesar da violência e dos ataques de terroristas como Zarqawi. [3]

Presidência dos EUA

 
O presidente do Chile Ricardo Lagos e a secretária dos EUA Condoleezza Rice durante conferência com a imprensa no Chile.

A jornalista Constanza Santa Maria da UCTV perguntou à secretária se ela desejaria ser futuramente presidente dos EUA. A secretária disse:"Bem, eu estou muito feliz como secretária de Estado e eu não tenho qualquer intenção, desejo, nem planos ou coisa parecida para concorrer à presidência dos Estados Unidos. Eu não acho que isto está em meu futuro." [4]

OEA

Sobre a Organização dos Estados Americanos (OEA) a secretária de Estado disse que há muitas pessoas qualificadas para ocupar o cargo de secretário-geral da organização.

Ela disse a OEA pode desempenhar um papel importante na região. A secretária mencionou uma carta democrática da OEA que fala sobre a necessidade de os governos funcionarem democraticamente, e disse que esta é uma questão importante para a região. [5]

Coréia do Norte

Em relação ao programa de armas nucleares em desenvolvimento na Coréia do Norte a secretária disse que há uma opinião universal de que a Coréia do Norte não deve atualizar o seu programa de armas nucleares e que o único caminho para ela adquirir benefícios complementares que parece querer, é abandonar o programa de armas.

Ela disse que os EUA têm presença forte na península coreana, através da aliança com a Coréia do Sul e do poder militar na região.

A secretária disse que os norte-coreanos irão se isolar cada vez mais se continuarem com certos tipos de comportamento e que o caminho para sair desse isolamento é a negociação para tomar uma decisão estratégica de livrar-se dos programas de armas nucleares. [6]

Cuba e Venezuela

A secretária disse que acredita já estar bem clara a posição dos EUA e os receios do governo americano em relação à Venezuela. Em entrevista para Amaro Gomez-Pablos da Televisão Nacional do Chile a secretária Condoleezza Rice disse que considera a Venezuela como a maior ameaça para a região. [7]

Segundo a secretária os EUA têm uma agenda positiva para a região e com o apoio de outros países como Chile, Brasil, Colômbia e El Salvador desejam que o hemisfério seja democrático, com governos eleitos de forma democrática e que governem democraticamente e com responsabilidade.

A secretária disse que o único país claramente contrário a esses desejos é Cuba. Ela acrescentou que Cuba não merece ter uma cadeira na Organização dos Estados Americanos (OEA) porque não é um Estado democrático.

A secretária ainda disse que os EUA consideram os países latino-americanos como parceiros. [8]

O presidente Ricardo Lagos, do Chile, disse que visitou a Venezuela como se fosse qualquer outro Estado democrático. O presidente chileno disse que durante os encontros na Venezuela ele pode concluir que existe um governo que foi legitimamente eleito e que a oposição deve enfrentar desafios para cumprir o papel de uma oposição adequada, e que há uma série de questões levantadas pelo partido de oposição que justificam uma maior discussão sobre o que está a acontecer naquele país. Assim, o presidente chileno diz que é necessário mostrar ao presidente venezuelano Hugo Chávez a necessidade de tornar as diferentes ações transparentes. [9]

Democracia

A opinião da secretária é que a maior parte dos países latino-americanos está saudável democraticamente, como por exemplo, Brasil e Chile. Ela disse também que há alguns casos frágeis.

 
A secretária Condoleezza Rice fala durante o conferência do III Encontro das Comunidades Democráticas, em Santiago, Chile, 28 de abril de 2005.

A secretária acrescentou que democracia não é apenas um jogo de eleições. A democracia e o desenvolvimento democrático significam a criação de instituições estáveis e isso pode ser feito com auxílio técnico, através da ajuda da Organização de Estados Americanos. [10]

Na abertura da conferência do III Encontro das Comunidades Democráticas realizada quinta-feira, 28 de março, no hotel Hyatt Regency, em Santiago, Chile, a secretária Condoleezza Rice disse que para fortalecer os princípios democráticos todas as nações livres devem exigir que os líderes que são eleitos democraticamente, tenham a responsabilidade de governar democraticamente.

Ela disse que a democratização não é um evento, mas um processo, que pode levar muitos anos, ou décadas. A secretária disse é um dever histórico contar ao mundo que a tirania é um crime do homem, não um fato da natureza e que é nosso objetivo eliminar a tirania do mundo. [11]

Contexto econômico e geopolítico

 
Mapa do Chile.

Segundo o livro CIA - The World Factbook , após três de governo marxista, em 1973 um golpe militar levou ao poder Augusto Pinochet que governou o país até 1990, quando eleições livres foram restabelecidas no país. O presidente do Chile é Ricardo Lagos Escobar desde 11 de março de 2000.

Uma política econômica consistente, desde os anos 80 tem contribuído para um crescimento sustentado e ajudado o país na manutenção do regime democrático. A economia está num processo de recuperação desde 2003, favorecido pela alta do preço do cobre e pelas exportações. O desemprego constitui um dos problemas do país. O Chile assinou um acordo de livre comércio com os EUA, que entrou em vigor em 1 de janeiro de 2004.

O Chile disputa com a Bolívia o uso do corredor de Atacama, o qual foi cedido ao Chile pela Bolívia em 1884. O corredor de Atacama é de interesse da Bolívia porque oferece um acesso marítimo que pode ser usado para o transporte do gás natural boliviano até o mar, e facilitar assim a exportação do produto.

O crescimento econômico tornou o país atraente para o tráfico de drogas, todavia uma nova lei dificulta a atividade criminosa. O país é usado como rota para o tráfico para os EUA e a Europa. O consumo de cocaína no país está a crescer.

Ver também

Fontes

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