Agência Brasil

15 de dezembro de 2009

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Um dos palestrantes mais aguardados hoje (15), em Copenhague, o governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, disse que, independentemente do resultado das discussões, a 15ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas vai servir para manter a mudança de pensamento sobre o meio ambiente, impulsionada em 1997 com o Protocolo de Quioto.

“Alguns podem dizer que Copenhague vai falhar se não houver um acordo poderoso. Mas essa conferência já é um sucesso. Quioto [o protocolo, assinado em 1997, que põe sobre os países ricos a responsabilidade pelas emissões históricas de gases de efeito estufa] mudou a forma de pensar das pessoas. Vamos preservar Quioto e aproveitar esse momento”, afirmou Schwarzenegger, diante de um auditório lotado.

Segundo o governador do estado norte-americano da Califórnia, as Nações Unidas deveriam convocar uma outra conferência somente para discutir as ações regionais de combate ao aquecimento global. “A Califórnia tem a 17ª maior economia do mundo. Muitas pessoas vão até lá para saber o que estamos fazendo. Queremos transformar nossa matriz energética para que 45% dela seja renovável em 10 anos.”

Schwarzenegger ainda encontrou clima para brincar ao final do discurso: “Eu voltarei”, lembrando a célebre frase do personagem interpretado por ele no consagrado do filme O Exterminador do Futuro.

A presença de celebridades, como ex-ator austríaco e o ex-vice presidente dos Estados Unidos, Al Gore, ocorre num momento crucial das negociações. A presidente da Conferência, a ministra do Clima da Dinamarca, Connie Hedeggard, disse que os ministros terão que trabalhar muito nas próximas 48 horas para que se chegue a um acordo.

E voltou a lembrar aos países ricos sobre a importância de financiar ações no mundo pobre e em desenvolvimento para frear o aquecimento global. “Não podemos ficar apenas no dinheiro de curto-prazo. Essa é uma questão crucial.”

Já o negociador dos Estados Unidos, Todd Stern, afirmou categoricamente que os norte-americanos não devem mudar a meta, já anunciada, de reduzir em 17% as emissões de gases de efeito estufa até 2020, considerando 2005 como ano-base. “Não viemos aqui para mudar a meta anunciada pelo presidente Obama. Temos outras ações que não estão na meta e podem aumentar [o esforço dos EUA]. Mas não vamos prometer algo que não poderemos cumprir depois.”

O Brasil participa das negociações de bastidores, a tônica das conversas nesta terça-feira em Copenhague. O ponto central, além do financiamento, é a adoção de metas que suportem o objetivo da Conferência: reduzir em pelo menos 25% as emissões globais de gases de efeito estufa até 2020, considerando a emissão registrada em 1990.

O governador de São Paulo, José Serra, também participou do painel, que destacou ações regionais para combater o aquecimento global. Serra falou sobre a meta de São Paulo, que pretende reduzir em 20% as emissões de gás carbônico (CO2) até 2020.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega à Dinamarca na madrugada de amanhã (16) e passará o dia em conversas reservadas com negociadores fora do centro de convenções.

Fontes