3 de junho de 2025

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Nessa terça (3), a ponte que permite o acesso ao território anexado por Putin em 2014 foi alvo de mais uma operação do serviço secreto ucraniano, que alega ter utilizado explosivos submarinos. O SBU, serviço secreto da Ucrânia, declarou ter causado danos significativos a um pilar da ponte de Kerch, que liga a Crimeia à Rússia, por meio de explosivos submarinos.

"A ponte está efetivamente sob risco de colapsar", sustenta o órgão, que afirma ter utilizado 1,1 mil quilos de TNT, depositados ao longo de diversos meses. De acordo com o SBU, a explosão aconteceu no período da manhã e não causou ferimentos em civis.

A Península da Crimeia, localizada no território ucraniano, foi invadida e anexada pela Rússia em 2014, após um referendo que não teve reconhecimento internacional. Desde então, a Rússia tem controlado o acesso de embarcações ao Mar de Azov de forma independente, o que a torna uma ação estratégica.

Vasyl Malyuk, chefe do SBU, enfatizou que a ponte é um "alvo legítimo", pois representa uma via essencial para o abastecimento militar das forças russas na Ucrânia. De maneira irônica, ele declarou que "Deus ama a Trindade" e que o SBU "leva as operações até o fim", ressaltando que esta é a terceira ocasião em que a ponte é atacada: em 2022, com a explosão de um caminhão-tanque, e em 2023, com um drone marítimo experimental. Ambos os ataques causaram danos significativos à estrutura, mas nenhum conseguiu derrubar a ponte.

A ponte de Kerch possui um grande significado para o Kremlin, além de sua importância militar. Erguida após a anexação da Crimeia em 2014 e inaugurada pelo presidente russo Vladimir Putin em 2018, a estrutura simboliza a tentativa do líder russo de afirmar o controle sobre a península, que faz parte do mapa da Ucrânia. O projeto teve um custo aproximado de US$ 3,7 bilhões para Moscou (equivalente a cerca de R$ 20 bilhões na cotação atual).

A ofensiva ucraniana acontece dois dias depois de um ataque em grande escala de drones do SBU contra a aviação estratégica russa, que está a milhares de quilômetros da fronteira com a Ucrânia. De acordo com Malyuk, a ofensiva resultou em danos estimados em US$ 7 bilhões (mais de R$ 39 bilhões) e afetou aproximadamente 34% dos porta-mísseis de cruzeiro da Rússia.

Fontes

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