6 de fevereiro de 2025

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O presidente dos Estados Unidos (EU), Donald Trump, assinou na ontem a ordem executiva Mantendo os Homens Fora dos Esportes Femininos, proibindo mulheres transgênero de participar de competições femininas e ordenando a negação de vistos a atletas trans que queiram competir no país, uma medida que gerou críticas entre ativistas trans. "O esporte feminino será somente para mulheres", disse Trump.

Durante a cerimônia de assinatura na Casa Branca, Trump disse que seu governo está "protegendo oportunidades para mulheres e meninas competirem em condições justas e seguras". "De agora em diante, os esportes femininos serão somente para mulheres. Nós orgulhosamente manteremos a tradição das atletas femininas e não permitiremos que homens batam, machuquem e enganem nossas mulheres e meninas", falou Trump durante seu discurso.

A ordem executiva cita o Título IX da Lei de Emendas à Educação de 1972 como base legal para sua implementação e alerta que o financiamento federal será revogado de qualquer instituição que não o cumprir.

Reações contrárias

Para ativistas como a transgênero Arianna Lint, chefe da Fundação Arianna, uma das organizações mais importantes do país que zela pelos direitos da comunidade trans nos EU - a medida é discriminatória e terá um impacto devastador sobre jovens trans. "Esta ordem executiva não é apenas discriminatória, mas também estabelece um precedente muito perigoso para as gerações futuras", disse a ativista, que passou por uma mudança de sexo há mais de uma década.

“Não estamos falando apenas de mulheres trans em competições profissionais, estamos falando de jovens vulneráveis, adolescentes que encontram no esporte um caminho para seu bem-estar mental e físico”, enfatizou, convencida de que “tirar esse direito é negar a elas uma oportunidade de desenvolvimento pessoal e social".

Lint, que teve que fugir do Peru devido a ameaças relacionadas à sua orientação sexual, também acusou o governo Trump de usar a comunidade trans como uma "cortina de fumaça" para desviar a atenção de outras questões mais urgentes.

"Nós também somos mães, nós também somos filhas, nós somos tias, nós temos uma família. As pessoas pensam que pessoas trans vivem à margem da sociedade, mas não é o caso. Nós estamos em todo lugar. E ainda assim, eles estão nos dizendo que não temos lugar no esporte. Isso é inaceitável", completou Lint.

Verdade restaurada

Enquanto os defensores dos direitos trans chamam a medida de "um ataque" e "um retrocesso" em termos de direitos iguais, os apoiadores de Trump a veem como uma "vitória para a proteção do esporte feminino".

Fernando Godo, analista político e ex-colaborador da campanha de Trump, defendeu o decreto e considerou necessário restaurar a igualdade nos esportes femininos.

"O que o governo Trump está fazendo é simplesmente restaurar o bom senso e o mérito às instituições. Durante anos, uma agenda ideológica foi imposta onde a identidade de gênero se tornou mais importante do que as qualificações reais de uma pessoa. Agora, o que se busca é que quem quiser participar de esportes femininos o faça com base em seu sexo biológico, não em como é percebido", disse o estrategista político.

Segundo ele, a inclusão de mulheres trans no esporte feminino é "uma distorção da realidade" e "o sexo não pode ser mudado, não importa o quanto alguém queira".

"Não é justo que, com a ajuda dos impostos dos cidadãos, as instituições sejam forçadas a aceitar algo que não é biologicamente verdadeiro", argumentou Godo ainda.

Impacto nos Jogos Olímpicos de 2028

Um dos pontos mais controversos da ordem executiva é seu impacto nas Olimpíadas de Los Angeles de 2028. Embora a Casa Branca não tenha especificado como a medida afetará a participação de atletas trans na competição, Trump indicou que impedir a participação de mulheres trans em categorias femininas.

"Queremos que o Comitê Olímpico Internacional mude tudo sobre os Jogos Olímpicos e essa loucura transgênero. Não permitiremos que eles compitam contra nossas mulheres", disse ele.

O presidente também instruiu o secretário de Estado Marco Rubio a comunicar a posição oficial do governo dos EU ao Comitê Olímpico Internacional (COI) e a tomar medidas para restringir a participação de atletas transgêneros em eventos internacionais.

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Fontes

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