23 de outubro de 2024
A campanha do candidato presidencial republicano Donald Trump apresentou uma queixa sobre a suposta interferência eleitoral nas próximas eleições dos Estados Unidos pelo partido governista do Reino Unido.
Funcionários do Partido Trabalhista teriam aconselhado os democratas sobre estratégias, enquanto ativistas trabalharam em estados decisivos, mas insistem que tudo isso é perfeitamente legal porque eles não doaram nenhum dinheiro para o partido, informou a RT.
Em uma queixa à Comissão Eleitoral Federal (FEC), a campanha de Trump alegou "flagrante interferência estrangeira" do Partido Trabalhista nas eleições dos Estados Unidos, na forma de "aparentes contribuições estrangeiras ilegais" aceitas pelos democratas e sua candidata, a vice-presidente Kamala Harris.
Os estrangeiros estão proibidos de fazer "uma contribuição ou doação de dinheiro ou outra coisa de valor, ou fazer uma promessa expressa ou implícita de fazer uma contribuição ou doação" em apoio a um candidato americano, "direta ou indiretamente", disse a queixa, citando a lei dos Estados Unidos.
Entre as evidências citadas pela campanha está um relatório do Washington Post de que "estrategistas ligados ao Partido Trabalhista da Grã-Bretanha têm oferecido conselhos a Kamala Harris sobre como reconquistar eleitores descontentes e realizar uma campanha vencedora da centro-esquerda".
Da mesma forma, o jornal britânico The Telegraph informou que Morgan McSweeney, chefe de gabinete do primeiro-ministro britânico Keir Starmer, bem como o chefe de comunicações de Starmer, Matthew Doyle, participaram da convenção dos democratas em Chicago e se reuniram com a equipe de campanha de Harris.
Na semana passada, a chefe de operações do Partido Trabalhista, Sofia Patel, postou no LinkedIn que tinha "quase 100 funcionários do Partido Trabalhista, atuais e antigos, indo para os Estados Unidos nas próximas semanas, indo para a Carolina do Norte, Nevada, Pensilvânia e Virgínia", anunciando dez vagas na Carolina do Norte. Patel disse aos candidatos em potencial que "vamos resolver sua moradia".
Os apoiadores de Trump, incluindo Elon Musk, apontaram a postagem de Patel como uma clara violação das leis de campanha. A postagem já foi excluída. Os democratas insistem que nada disso é ilegal porque não envolve contribuições financeiras.
"Isso é uma coisa normal que acontece nas eleições", disse a ministra britânica do Trabalho, Alison McGovern, à Sky News na semana passada, observando que ativistas trabalhistas já fizeram campanha para os democratas muitas vezes antes.
Os democratas fizeram alegações infundadas de que a Rússia "se intrometeu" na eleição presidencial de 2016 e que Trump "conspirou" com o Kremlin, após sua vitória surpresa sobre Hillary Clinton naquele ano. Alegações de "conluio russo" foram usadas para expulsar e até prender vários conselheiros e assessores de campanha de Trump, enquanto prejudicavam sua presidência e levavam as relações Estados Unidos-Rússia ao seu pior ponto desde a Guerra Fria.
Fontes
editar- ((en)) Trump Alleges UK ‘Interference’ in US Election — Tasnim News Agency, 21 de outubro de 2024
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