12 de outubro de 2024

Em Piracicaba, houve queda de granizo de pequeno porte e ventos de até 84,2 km/h
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A tarde e a noite de sexta-feira (11) foram marcadas por um dos piores temporais da história recente de São Paulo. Com ventos que atingiram velocidades recordes de 107,6 km/h e granizo de grande porte em algumas regiões, a tempestade causou estragos significativos, deixou sete pessoas mortas e milhões sem energia elétrica.

Embora muitos moradores estivessem ansiosos pela volta das chuvas após meses de estiagem, a força da tempestade surpreendeu a todos. A velocidade dos ventos na Grande São Paulo superou o recorde anterior de 103,7 km/h, registrado durante o vendaval de 3 de novembro de 2023, e se tornou a maior rajada desde 1995.

Mortes e estragos

As fortes rajadas de vento e a queda de árvores foram as principais causas das mortes. Três pessoas perderam a vida em Bauru após um muro desabar, enquanto outras duas tiveram o mesmo destino em Cotia. Na capital paulista, uma pessoa morreu após ser atingida por uma árvore no bairro Campo Limpo, e outra em Diadema, também devido à queda de uma árvore.

Além das mortes, a tempestade causou diversos outros danos em todo o estado. Em Engenheiro Coelho, cinco famílias ficaram desalojadas após o destelhamento de suas casas. Em Ribeirão Preto, pelo menos nove árvores caíram. Em Piracicaba, uma rajada de vento de 84,2 km/h foi registrada pelo INMET por volta das 19h, mas os danos foram limitados se comparados a outras regiões.

Granizo, vendaval e bow-echo

O granizo também foi um fenômeno marcante da tempestade. Em Presidente Prudente, pedras de gelo de grande porte caíram em grande quantidade no período da tarde, causando danos a carros e telhados. Em Piracicaba, o granizo ocorreu à noite e foi menor, com pedras de cerca de 1 cm de diâmetro.

Ainda em Piracicaba, o radar do IPMet/UNESP de Bauru registrou uma tempestade em forma de arco por volta das 19h (horário de ocorrência do temporal), com características de um bow echo, o que explica os ventos que chegaram a 84,2 km/h na cidade e a queda isolada de granizo, que não foi relatada em outras cidades do estado no mesmo horário.

A Defesa Civil informou que 98 municípios do estado registraram ventos fortes durante a tempestade. A combinação de altas temperaturas, umidade elevada e a chegada de uma frente fria criou as condições perfeitas para a formação de nuvens de tempestade e os fortes ventos.

Falta de energia elétrica e água

A tempestade também causou um grande apagão em São Paulo. A Enel informou que 2,1 milhões de clientes ficaram sem energia elétrica, e cerca de 1,6 milhões ainda estavam sem luz na manhã de sábado. A falta de luz também afetou a distribuição de água em alguns locais.

Fontes

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