Agência VOA

Sobrinho do líder da seita A Luz do Mundo desmente acusações de que Kalupeteca impedia as crianças de irem à escola ou de serem vacinadas.

27 de abril de 2015

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José Julino Kalupeteca, líder da seita A Luz do Mundo, tem apenas a quarta classe, mas mobiliza milhares de pessoas que encontraram um espaço de paz, segundo os seus seguidores, na serra do Sumé. Ele concentra hoje as atenções de Angola num caso de contornos ainda nebulosos.

Kalupeteca, tem 52 anos de idade, é natural do Huambo, casado e pai de 8 filhos. De 1992 a 1993, José Julino Kalupeteka torna-se num destacado corista da igreja dos Adventistas do Sétimo Dia, em 1994 e 1995 realiza um curso bíblico na mesma igreja, e passou a ser o responsável máximo da juventude da igreja dos Adventistas do Sétimo Dia.

Entretanto, em 2001 é afastado e retirado do livro da igreja por suposta indisciplina, ao mesmo tempo que, segundo os seus correligionários, começavam as perseguições contra ele, o que o levou a fundar em 2007 a “Igreja dos Adventistas do Sétimo Dia, A Luz do Mundo”.

Em 2012 e 2013 Kalupeteca é acusado de incitar os seus fiéis a não participarem do processo eleitoral e na campanha de vacinação de crianças.

Mais tarde, em Abril de 2014, Kalupeteca é também acusado de incitar novamente os seus fiéis a se absterem de participar no Censo Geral da População e Habitação.

Nesse período o general Kundi Paihama, actual Governador Provincial do Huambo, teve que se deslocar à montanha do Sumé com seis autocarros para levar as pessoas a se recensearem.

Em Outubro do mesmo ano, José Julino Kalupeteca rubricou com o Governo do Huambo um convénio para não realizar cultos, mas de repente viu que o documento circulava entre igrejas e seitas de Caála, o que, para ele, foi uma chantagem.

Kalupeteca decidiu então voltar a realizar cultos e mobilizou fiéis em Luanda, Bié, Benguela, Huambo e Kwanza Sul.

José Julino Kalupeteca tem a quarta classe, mas mobiliza milhares de cidadãos entre letrados e pessoas sem escola.

Julino Tito Kamore, filho do irmão mais velho de José Julino Kalupeteca, que falou à VOA sobre o seu tio, negou as acusações de que Kalupeteca impedia as crianças de ingressarem no sistema de educação ou de serem vacinadas, bem como os fiéis de participarem no censo da população: “Isto é mentira”.

O sobrinho de Kalupeteca, que ainda continua foragido, afirma que a montanha do Sumé servia apenas como um santuário. Ele disse também que, ao contrário do que se tem dito, as pessoas não abandonavam ou vendiam as casa para lá viver, e o lugar funcionava apenas como uma zona de trânsito.

Para Julino Tito, Kalupeteca está a ser tratado como os judeus trataram Jesus.

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