18 de outubro de 2024

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O mês de setembro de 2024 foi o 2º mais quente a nível da Terra e o 2º mais quente na Europa continental, conforme os dados divulgados em 9 de outubro do serviço de alterações climáticas do ERA5 do sítio Copernicus.eu. Em Portugal o clima foi considerado mais frio e a precipitação fraca, no Brasil foi marcado por eventos de calor intenso e seca.

Clima em geral

O mês de setembro de 2024 marcou-se por ser o 2º mais quente já registado (depois de setembro de 2023) com uma temperatura média global de 16,17 °C, 0,73 °C acima do valor médio 1991-2020. Estima-se que o mês de setembro tenha sido cerca de 1,54 °C mais quente que a média pré-industrial de 1850-1900, e segue-se como o 14º mês num período de 15 meses em que a temperatura média do ar da superfície global excedeu 1,5°C. Isso torna muito provável que 2024 acabe como o ano mais quente já registado.

De acordo com Samantha Burgess, Vice-Diretora do serviço Copernicus para as alterações climáticas (C3S):

Setembro de 2024 foi o segundo mais quente, tanto a nível mundial como para a Europa. Os eventos extremos de precipitação deste mês, algo que estamos a observar cada vez mais frequentemente, foram agravados por uma atmosfera mais quente, levando a chuvas mais intensas com meses de chuva caindo em apenas alguns dias. O risco de chuvas extremas continuará a aumentar com o aumento das temperaturas; quanto mais cedo atingirmos as emissões líquidas de zero, mais cedo poderemos atenuar este risco.
Temperatura na Europa

O valor da temperatura média do ar, conforme os dados, foi + 1,74 °C acima do valor médio 1991-2020, isso tornou o mês o 2º setembro mais quente nos registos, depois de setembro de 2023.

Em geral na Europa, as temperaturas da superfície foram registadas acima da média no Leste e Nordeste da Europa, ocorreram ondas de calor na Noruega e na Suécia e temperaturas abaixo da média em partes da Europa Ocidental, incluindo França, grande parte da Península Ibérica e Islândia.

Na Irlanda, no Reino Unido Setentrional, numa região do leste da Europa e no ocidente e sul da Península Ibérica, o clima foi mais seco que o normal. Registaram-se incêndios florestais de grande dimensão na região norte de Portugal. Nas regiões ocidentais, central e sudeste da Europa, foi mais húmido do que a média. Em meados do mês, a Tempestade Boris provocou fortes chuvas, inundações e danos na Europa Central e Oriental.

Portugal Continental

Em relação à temperatura do ar foi frio e seco em relação à precipitação. O valor de 19,73 °C da temperatura do ar que foi 0,81 °C abaixo do valor normal registado em 1981-2010, sendo o 4º setembro com temperatura mais baixa desde 2000.

Em relação à média temperatura máxima do ar, 26,14 °C, apresentou-se um desvio de - 0.50 °C em relação à normal 1981-2010, e o 5º valor mais baixo desde 2000.

Em relação à temperatura mínima do ar, 13.31 °C, apresentou-se inferior ao valor normal, com baixa de 1.12 °C, o 3º valor mais baixo desde o ano 2000.

Conforme os dados do IPMA, os valores da temperatura do ar estiveram maioritariamente abaixo do valor médio mensal, com períodos mais frios de 5 a 11 e 19 a 30 de setembro, existiu um período quente nos dias 12 a 18 com valores da temperatura máxima acima da média.

Conforme os dados de precipitação, caíram em média 32,9 mm, que corresponde a 76 % do valor médio 1981-2010. A 2ª quinzena em especial entre os dias 24 e 27 de setembro, trouxe maior precipitação, devido à passagem da Tempestade Aitor, que originou precipitação forte e persistente na região Norte e Centro.

Em relação à seca meteorológica registou-se a diminuição nas regiões do Norte e Centro. No entanto a sul do Tejo predominam as classes de seca moderada e severa, destacando-se os distritos de Beja (interior) e Faro (sotavento) permaneceram vários locais na classe de seca severa. Conforme os dados do IPMA, cerca de 69 % do território permaneceram em seca meteorológica fraca a severa.

Brasil; grande parte do Centro-Oeste e Nordeste passou por um período prolongado de estiagem

No levantamento do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) do Brasil, o mês de setembro foi marcado por maiores acumulados de chuva que se concentraram no noroeste do país, principalmente devido à combinação de calor e alta humidade, porém os volumes de chuvas não foram suficientes para alcançar a média histórica.

Houve pouca chuva em grande parte do país, e calor extremo, com dois episódios de ondas de calor registados, a primeira entre os dias 2 e 9 de setembro, e a segunda entre os dias 22 e 28 de setembro; com temperaturas 7 °C acima da média, especialmente no Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, sul do Mato Grosso e de Goiás. Alguns registos de temperaturas altas foram acima dos 40 °C, como nos Estados do Mato Grosso do Sul, São Paulo, Mato Grosso e Minas Gerais.

Na Antártica e Ártico o gelo marinho registou menor extensão em setembro

O registo de satélite da extensão média do gelo marinho no Ártico foi a quinta mais baixa para este período, com 19 % abaixo da média de 1991-2020. Enquanto a extensão diária do gelo marinho atingiu seu mínimo 6º mais baixo em meados do mês.

No polo sul, o registo diário do gelo marinho Antártico atingiu a sua extensão máxima anual no final de setembro. Com um valor mensal de 7 % abaixo da média, sendo a segunda menor extensão em setembro, atrás do mês de setembro de 2023.

Fontes

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